07 mar, 2022 - 10:42 • Redação
Abel Ferreira mostrou-se muito preocupado, na madrugada desta segunda-feira, com os mais recentes episódios de violência no futebol. O treinador português pediu às autoridades que tomem medidas sérias.
Ainda em fevereiro, jogadores do Bahia ficaram feridos depois de o autocarro em que a equipa seguia ter sido atingido por uma bomba. No sábado, confrontos entre adeptos do Querétaro e do Atlas de Guadalajara, do México, fizeram 26 feridos. No domingo, um adepto do Cruzeiro morreu em desacatos entre as claques do Cruzeiro e do Atlético Mineiro.
Questionado sobre estes casos, em conferência de imprensa, Abel Ferreira questionou: "Quantos mais precisam de morrer?"
"É preciso passar à ação. Palavras leva-as o vento. Preocupa-me muito, a segurança preocupa-me muito. Vou ter de pensar muito bem no que quero para a minha família, para mim e para os meus jogadores. Preciso de me sentir seguro. Para isso, o os organismo que têm responsabilidade, seja o Ministério Público, seja a organização dos estaduais ou a CBF [Confederação Brasileira de Futebol], têm de dar a cara. Têm de dar um passo em frente e tomar medidas. Não podemos continuar e fazer de conta que não se passa nada", declarou o treinador do Palmeiras.
Abel lembrou que, quando ganha, também lhe pedem responsabilidades, pelo que espera que o mesmo seja exigido a quem tutela o futebol:
"Posso ser rival, mas tenho respeito pela vida humana, porque no futebol não vale tudo. A vida tem valor. Se assistimos a isto e não fazemos nada, alguma coisa vai mal. Se queremos melhorar, temos de passar à ação. Temos de dar o exemplo. As pessoas que estão à frente têm de ser as primeiras a dar o exemplo. Têm de dar a cara, senão temos de trocar e pôr nos cargos pessoas que façam acontecer. Estamos à espera de quê?"
Abel Ferreira falou à imprensa após a vitória do Palmeiras sobre o Guarani, por 2-0, a contar para o grupo C do campeonato Paulista.