10 mar, 2022 - 09:33 • Redação
O governo do Reino Unido congelou os bens de Roman Abramovich, incluindo o Chelsea Football Club, de que o empresário é dono, no âmbito das sanções a oligarcas russos, a propósito da guerra na Ucrânia.
No dia 2 de março, Abramovich colocou o Chelsea à venda, em defesa "do interesse do clube, dos adeptos, dos colaboradores, bem como dos patrocinadores e parceiros do clube". O Chelsea recebeu uma licença especial para continuar a desenvolver a sua atividade futebolística, no entanto, este congelamento suspende, para já, a sua venda.
Ainda assim, a licença para a atividade futebolística do Chelsea é muito apertada. O clube pode pagar a jogadores, equipa técnica e "staff" as viagens para e de jogos, assim como pagar a diretores e cobrir os custos de segurança, "catering" e "stewards", mas nada mais. Só sócios que já tenham bilhetes de época é que poderão assistir aos jogos.
De acordo com o jornal britânico "The Times", o governo britânico terá de dar autorização especial para a venda do Chelsea. Roman Abramovich "não receberá um cêntimo" da operação, direta ou indiretamente.
No passado dia 26 de fevereiro, dois dias depois da invasão da Rússia à Ucrânia, Abramovich entregou a gestão do Chelsea à fundação do clube, por considerar que deixara de ser quem está "em melhor posição para cuidar dos interesses do clube, jogadores, equipa técnica e adeptos".
Roman Abramovich, de 55 anos, oligarca russo (agora também de nacionalidade portuguesa) com ligações à Gazprom e ao regime de Vladimir Putin, adquiriu o Chelsea em 2003, por 155 milhões de euros. Com ele, o clube inglês conquistou 19 títulos no futebol masculino, incluindo duas Ligas dos Campeões, e 11 no feminino, num total de 40.
Abramovich é um de sete oligarcas russos sancionados pelo governo britânico. A sanção ao dono do Chelsea é justificada com a relação próxima com Putin ao longo de décadas, envolvendo tratamento preferencial, e com benefícios fiscais, incluindo isenção de impostos para as suas empresas, compra e venda de ações a taxas de juro favoráveis e contratos assinados na contagem decrescente para o Mundial.
Citado pela agência Reuters, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, declarou que "não podem haver portos seguros para aqueles que apoiaram o ataque doentio de Putin à Ucrânia".