30 mar, 2022 - 15:40 • Redação
Gianni Infantino, presidente da FIFA, considera que o Qatar "não é perfeito", mas que é possível trabalhar pelas mudanças.
A pouco mais de meio ano para o início do Mundial 2022, Gianni Infantino falou, numa entrevista à Associated Press, sobre as dificuldades e oportunidades que surgem com a realização desta competição no Qatar. "Há muito a fazer, temos de ficar e continuar aqui. Temos de trabalhar juntos", disse.
Numa investigação do The Guardian, realizada em fevereiro do ano passado, era anunciada a morte de 37 trabalhadores diretamente envolvidos com a construção dos estádios, na sua grande maioria imigrantes, nota dominante no panorama geral da mão de obra catari.
"Temos de garantir que as mudanças que conseguimos nos direitos humanos, fiquem para durar", lembrou Infantino, que vê no Qatar um bom anfitrião. "Toda a gente vai ser bem recebida no Qatar, até a comunidade lgbtq+", acrescentou, não temendo a realização do Mundial num país que pune, com multa ou pena de prisao, as relações homossexuais.
Em setembro de 2013, depois do Qatar ter vencido a corrida para receber o Mundial de 2022, Hassan al-Thawadi, responsável pela candidatura, disse à BBC, que "desde que sejam respeitadas as regras de demonstrações publicas de afeto, não há problema."
Gianni Infantino
Gianni Infantino esteve a defender o Mundial de do(...)
Face ao desafio, que será o de receber muitas pessoas, que estarão mais concentradas, Infantino afirma: "Será difícil. Normalmente, num mundial, estão dois grupos de adeptos na mesma zona, ao mesmo tempo. Aqui, os 32 grupos [um por seleção] vão estar todos no mesmo local."
Todos os jogos vão ser realizados num raio de 50 quilómetros de Doha, capital do Qatar.
Reconhecido este desafio, que em tantas competições se traduz em violência, Gianni Infantino olha para ele como uma oportunidade. "Acredito que ter tantas nacionalidades e tantas pessoas vai ser muito benéfico, socialmente", referiu.
A FIFA anunciou, nesta terça-feira, que já vendeu quase um milhão de bilhetes para o Mundial.
A propósito do conflito mundial, que se vive desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, o presidente da FIFA olha para o Mundial do Qatar como uma oportunidade de "juntar as pessoas."
O Mundial realiza-se entre 21 de novembro e 18 de dezembro e terá a participação de Portugal, que conquistou o direito a participar na prova depois de vencer a Macedónia do Norte.
A seleção portuguesa é cabeça de série no sorteio que se realizará na sexta-feira.