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Gianni Infantino

"Quando dás trabalho, dás dignidade e orgulho"

03 mai, 2022 - 18:07 • Inês Braga Sampaio

Em resposta a uma notícia do "The Guardian", o presidente da FIFA, Gianni Infantino, diz que, na construção de estádios, morreram três pessoas. Porém, admite que "podem ter morrido seis mil pessoas noutras obras" associadas ao torneio.

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O presidente da FIFA, Gianni Infantino, confirma a morte de três pessoas, no Qatar, durante os trabalhos de construção dos estádios para o Mundial 2022. No entanto, admite que, noutras obras associadas ao torneio, podem ter morrido vários milhares.

Numa conferência global em Los Angeles, esta terça-feira, Infantino foi questionado sobre uma notícia do jorna "The Guardian", que adiantou que mais de 6.500 trabalhadores migrantes terão morrido no Qatar desde que o país do Golfo recebeu a organização do Mundial.

O dirigente, que abordou pela primeira vez, de forma concreta, os relatos de mortes na preparação para o Campeonato do Mundo, garantiu que a FIFA está "a investigar todos estes assuntos com entidades independentes", mas pediu seriedade no relato dos factos.

"Temos de ser objetivos e falar de factos, quando falamos destes elementos. Na construção de estádios para o Mundial (...) foram, na verdade, três as pessoas que morreram. Três já são três a mais. Mas são três, não seis mil pessoas. Podem ter morrido seis mil pessoas noutras obras, mas a FIFA não é a polícia do mundo, nem é responsável por tudo o que acontece pelo mundo. Mas graças à FIFA e ao futebol, conseguimos abordar as condições de todos os milhão e meio de trabalhadores a trabalhar no Qatar", salientou.

"Quando dás trabalho, dás dignidade e orgulho"


Questionado se a FIFA pretendia utilizar as receitas do Mundial, que deverá ser o mais rentável de sempre, para ajudar as famílias dos trabalhadores que morreram no Qatar, Infantino assumiu que "há programas planeados" para o efeito.

Apesar das críticas que a FIFA e o Qatar têm recebido, devido a alegadas violações dos direitos humanos naquele país, em geral, e nas obras de preparação para o Mundial, em particular, Infantino destacou que "foi feito um grande progresso em poucos anos que na Europa demorou décadas".

"O que podia ter demorado 20 anos demorou dois ou três anos graças à atenção que o futebol está a atrair para o país. E não nos esqueçamos de uma coisa. Quando dás trabalho a alguém, mesmo sendo trabalho duro e rigoroso, em condições difíceis, dás-lhes dignidade e orgulho. Não é caridade, não fazes caridade. É uma questão de orgulho conseguirmos ajudar o 1,5 milhões de pessoas que trabalharam no Qatar.

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