24 out, 2022 - 10:08 • Redação
O Shakhtar Donetsk pede à FIFA que "bana imediatamente" o Irão, treinado pelo português Carlos Queiroz, do Mundial, pelo auxílio à Rússia na guerra da Ucrânia, e que ofereça a vaga à seleção ucraniana.
Em comunicado, o CEO do Shakhtar, Sergei Palkin, salienta que o Irão tem "participação direta" na guerra e que o regime tem tentado abafar revoltas pelos direitos das mulheres, com mais 100 mortos, segundo a "France24". Assim, diz que afastar o Irão do Mundial do Qatar seria "uma decisão justa que chamaria a atenção de todo o mundo para um regime que mata as suas melhores pessoas e que ajuda a matar ucranianos".
"Enquanto a liderança iraniana estiver a divertir-se a ver a sua seleção a jogar no Mundial, ucranianos serão mortos por drones iranianos e mísseis iranianos. Quase 250 desses drones já atacaram cidades pacíficas da Ucrânia. Cada um deles foi produzido e entregue pelas autoridades iranianas, e instrutores e o exército iranianos treinaram diretamente e dirigiram o lançamento dos drones que destruíram casas, museus, universidades, escritórios, recintos desportivos e parques infantis e, acima de tudo, mataram ucranianos. Incluindo crianças. Crianças que também sonhavam ver a sua seleção no Mundial", pode ler-se.
Nos últimos dias, Kiev denunciou por diversas veze(...)
Além de apelar a que a FIFA exclua o Irão do Mundial, o CEO do Shakhtar pede que a vaga seja preenchida pela Ucrânia, que falhou o apuramento, mas "provou que é merecedora da participação no Mundial".
A Ucrânia falhou a qualificação para o Mundial no "play-off". Depois de ter derrotado a Escócia na meia-final, perdeu com o País de Gales, por 1-0, na final. Os galeses apuraram-se com um golo de Gareth Bale.
Sergei Palkin entende que substituir o Irão pela Ucrânia, no Campeonato do Mundo, seria uma decisão "justificada histórica e desportivamente":
"Apelo a que todos se juntem na pressão sobre a burocracia do futebol. Já bastou repetir os erros do Mundial 2018 na Rússia, escondendo-se atrás de teses vaizas sobre o apoliticismo do desporto. Permitir a participação de terroristas no Mundial é desporto. É tempo de pôr fim a isso."
A Ucrânia acusa o Irão de fornecer drones "kamikaze" à Rússia, para ataques aéreos. Os EUA admitem sanções, a União Europeia passou à ação. O governo iraniano diz que as alegações são "infundadas" e mostra-se disponível para dialogar, apesar de o líder supremo dizer que drones, mísseis e indústria nuclear "são produto dos melhores talentos" do Irão.
O Irão está no grupo B do Mundial, juntamente com Inglaterra, Estados Unidos e País de Gales. O torneio arranca a 20 de novembro, no Qatar.