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Mundial 2022. Jogadores do Irão não cantam hino nacional

21 nov, 2022 - 13:55 • Redação com Reuters

Taremi, do FC Porto, e os restantes dez jogadores da seleção iraniana, treinada por Carlos Queiroz, ficaram em silêncio durante o hino. Poderá ser protesto pela atual situação no Irão.

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Os jogadores da seleção iraniana, treinada pelo português Carlos Queiroz, optaram por não cantar o hino nacional do seu país, antes do apito inicial do jogo de estreia no Mundial 2022, frente à Inglaterra, em possível demonstração de apoio aos protestos no Irão pelos direitos das mulheres e contra a República Islâmica.

Os 11 jogadores titulares do Irão, incluindo Mehdi Taremi, do FC Porto, ficaram em silêncio enquanto o hino nacional soava no Estádio Internacional Khalifa, no Qatar. Situação que poderá ser esclarecida após o jogo.

O Irão tem sido palco de uma vaga de protestos em massa há mais de dois meses, catalisada pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, iraniana curda de 22 anos, detida três dias antes pela "polícia da moral" por violar o rigoroso código de vestuário da República Islâmica.

Estão a decorrer greves em várias cidades iranianas, mas é difícil conhecer o alcance deste movimento, dadas as limitações ao uso da internet e a falta de informação oficial. Os protestos levam até às ruas principalmente jovens e mulheres que gritam "mulher, vida, liberdade", cantam slogans antigovernamentais e queimam véus, um dos símbolos da República Islâmica.

Pelo menos 326 pessoas, incluindo 43 menores, morreram no movimento de repressão policial, de acordo com a organização não-governamental Iran Human Rights, com sede em Oslo. Além disso, cinco pessoas foram condenadas à morte pela participação nos protestos, enquanto cerca de duas mil foram acusadas de vários crimes por se manifestarem contra o regime.

Manifestações de jogadores e alegadas pressões


Taremi, do FC Porto, é um dos jogadores iranianos que já se manifestaram publicamente sobre a atual situação no país, com críticas ao "mau comportamento e violência contra mulheres".

"Em que língua temos de levantar os nossos problemas e preocupações para sermos ouvidos? Os oficiais têm o dever de oferecer bem-estar e conforto ao honorável povo do Irão. Violência e uso de força contra pessoas não resolve qualquer problema e, sob qualquer forma, não é aceitável", escreveu o avançado no Instagram, a 28 de setembro.

Outros jogadores da seleção do Irão já se falaram sobre a situação, como Sardar Azmoun, Vahid Amiri e Karim Ansarifard.

Segundo a imprensa local, ainda que sem confirmação oficial, o anúncio da convocatória do Irão ter-se-á atrasado porque o selecionador, o português Carlos Queiroz, estaria a ser pressionado a fazer alterações na lista de 26 jogadores que tinha elaborado. A Federação iraniana teria exigido, pelo menos, a não convocatória de Azmoun.

Queiroz divulgou a convocatória no dia 13 de novembro, com apenas 25 jogadores (a FIFA permite 26), incluindo Azmoun e Taremi. O avançado do FC Porto é titular diante da Inglaterra.

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  • Abílio Tavares
    21 nov, 2022 Portalegre 14:22
    Poderá ser protesto! E se não for? Caramba mais aos jornaleiros que tudo fazem para vender notícias!

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