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Mundial Qatar 2022

Este pode ser o Mundial mais “longo” de sempre. A moda dos 100 minutos veio para ficar?

22 nov, 2022 - 19:01 • Diogo Camilo

Nenhum dos seis primeiros jogos teve menos de 10 minutos de compensação e dois até ultrapassaram os 110 minutos de tempo total de jogo. FIFA quer compensar atrasos para “oferecer mais espetáculo”.

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O Campeonato do Mundo de Futebol no Qatar ainda vai no início, mas uma coisa já é quase certa: este será o Mundial com os jogos mais longos. As seis primeiras partidas ultrapassaram os 100 minutos e foi batido o recorde de mais minutos no Inglaterra-Irão, que foi bem além dos 90 e durou uns extraordinários 117 minutos.

O embate desta segunda-feira, em que os ingleses venceram os iranianos, por 6-2, registou ainda as duas partes com mais tempo de compensação desde que este foi introduzido nos Mundiais, em 1966: no primeiro período foram jogados mais 14 minutos e oito segundos, enquanto o segundo acumulou 13 minutos e oito segundos de descontos.

Outros dois jogos entraram para a história como o terceiro e quarto com mais compensação: o EUA-País de Gales registou 10 minutos e 34 segundos adicionais na segunda parte, um pouco mais do que os 10 minutos e três segundos da segunda parte do Países Baixos-Senegal.

Nenhum dos seis primeiros jogos teve partes com menos de três minutos de compensação e todos ultrapassaram os 100 minutos de tempo total.

Em dois jogaram-se mais de 110 minutos: no Inglaterra-Irão (117 minutos e 16 segundos) e no Argentina-Arábia Saudita (cerca de 111 minutos).

O que está a tornar os jogos tão longos?

A ordem foi dada pelo presidente do Comité de Árbitros da FIFA, Pierluigi Collina, na véspera do início do Mundial. Em conferência de imprensa, o italiano explicou que o objetivo passa por “oferecer mais espetáculo” a quem vê o Campeonato do Mundo.

“As celebrações de golos podem durar um minuto. É fácil perder três, quatro, cinco minutos só em festejos e isso tem de ser compensado no final do jogo”, disse o antigo árbitro.

Em entrevista à ESPN, Collina defendeu ainda que deve ser feita uma distinção entre perdas de tempo deliberadas e atrasos que fazem parte do jogo, como saídas de bola.

O ex-árbitro referiu também que caberá ao quarto árbitro calcular o tempo a ser adicionado para compensar o tempo perdido durante o jogo, enquanto um dos membros do VAR, que volta ao Mundial depois da estreia em 2018, fica responsável por cronometrar o tempo perdido nas revisões de lances.

Dois dos fatores que estão a aumentar o tempo dos jogos estão relacionados com as novas regras para esta competição. Este é o primeiro Mundial em que cada equipa pode fazer cinco substituições, o que gera mais interrupções.

Além disso, uma sexta substituição pode ser feita em caso de suspeita de lesões na cabeça - algo que aconteceu no Irão-Inglaterra, com o guarda-redes iraniano Alireza Beiranvand, que teve de sair aos nove minutos de jogo.

As maiores compensações de tempo seguem a lógica das instruções dadas aos árbitros este ano, tendo como prioridade o aumento do tempo útil de jogo.

Também em Portugal foi aconselhado o aumento do tempo extra por substituição de 30 para 45 segundos, além de outras orientações como a punição mais célere do guarda-redes por perda de tempo, o combate às simulações e a obrigação dos jogadores substituídos saírem pela linha mais próxima.

E já é possível ver o efeito das medidas. Olhando para a média do tempo jogado na Liga Portuguesa, quatro jornadas tiveram uma média de tempo jogado total superior a 100 minutos e nenhuma teve uma média inferior a 97 minutos.

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