21 nov, 2022 - 22:28 • Lusa
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A Amnistia Internacional (AI) considerou que a FIFA devia "tomar medidas proativas" na proteção das pessoas LGBTQ+ ao invés de ameaçar sanções aos futebolistas que defendam esta causa
“(A FIFA) Deve não apenas encorajar mensagens de igualdade, mas também tomar medidas proativas para garantir que as pessoas LGBTQ+ sejam protegidas”, vincou Steve Cockburn, diretor de justiça económica e social da Amnistia Internacional.
Em causa as ameaças da FIFA a jogadores e seleções pela intenção de usarem braçadeiras ‘One Love’ (‘um amor’), uma mensagem de apoio para a comunidade LGBTQ+, com a AI a entender que o organismo que rege o futebol mundial está a falhar na defesa dos direitos humanos e da igualdade.
Hoje mesmo, a FIFA comunicou que adiantará a campanha “Não à discriminação”, prevista a partir dos quartos de final do Mundial2022, a fim de permitir que os 32 capitães das seleções possam usar essa braçadeira durante o torneio.
O organismo máximo do futebol mundial antecipou a sua intenção, explicando que a mesma está em consonância com os regulamentos de equipamentos da FIFA, que estipulam que cada capitão usará a braçadeira por si homologada
A polémica das braçadeiras ganhou relevância quando sete federações europeias — nas quais não se incluia a portuguesa – se uniram no sentido de utilizar uma braçadeira com a inscrição ‘One Love’ (um amor), em alusão à igualdade, mas que a FIFA avisou não ser possível, falando mesmo de sanções.
Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Ale(...)
“Ameaças de última hora para punir jogadores por usarem mensagens de apoio aos direitos humanos e à igualdade é o exemplo mais recente da FIFA, que falha na defesa plena dos seus próprios valores e responsabilidades. O desporto não acontece no vácuo e essas são questões nas quais a FIFA deveria liderar, não reprimir”, criticou o responsável da AI.
De igual modo, reforçou a ideia de que acordos sobre braçadeiras e melhores proteções para as comunidades LGBTQ+ “deveriam ter sido alcançados há muito tempo”.
“Aplaudimos a coragem das equipes e jogadores que se manifestaram sobre os direitos humanos e esperamos que continuem a fazê-lo. Adeptos, jogadores e federações querem garantir que o futebol seja um veículo para promover os direitos humanos, e a FIFA precisa atender a esses apelos rapidamente”, reforçou.
Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça dispensaram os seus capitães do uso da braçadeira, face à possibilidade de serem penalizados, mas referiram estar “frustrados” com a inflexibilidade demonstrada pela FIFA.
Steve Cockburn deixou ainda uma palavra para os trabalhadores migrantes “que tornaram o torneio possível”, recordando que estes “devem ser totalmente compensados pelos abusos indescritíveis que sofreram”.