28 ago, 2023 - 14:05 • Marta Pedreira Mixão , Eduardo Soares da Silva
O Ministério Público de Espanha anunciou esta segunda-feira que vai investigar o chamado caso Rubiales, por poderem estar em causa atos de agressão sexual.
Em causa está o comportamento do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) na final do Mundial de futebol feminino, que beijou a jogadora Jenni Hermoso, após a seleção espanhola se ter sagrado campeã.
Em comunicado citado pela imprensa espanhola, o Ministério Público indica que vai investigar o beijo não-consentido de Luis Rubiales à jogadora, por poder constituir um delito de agressão sexual como definido no artigo 178 do Código Penal de Espanha.
A decisão tem em conta o facto de Hermoso ter garantido publicamente que o beijo em questão não foi por si consentido.
“Quero esclarecer que em nenhum momento consenti o beijo. Não tolero que se ponha em causa a minha palavra e muito menos que se inventem palavras que não disse”, escreveu a atleta em comunicado, divulgado pelo jornal "Marca" e no qual as atletas da seleção espanhola pediam mudanças estruturais na Federação.
Segundo o El País, o Ministério Público convidou a jogadora a apresentar queixa na sequência desta declarações públicas.
O jornal refere ainda que alguns presidentes das federações territoriais de futebol estão a considerar a possibilidade de promover uma moção de censura contra Rubiales e que a RFEF convocou uma reunião "extraordinária e urgente" a partir das 16 horas para "analisar e avaliar a situação atual", depois de a FIFA ter decidido, no sábado, suspender temporariamente o presidente do organismo das suas funções - que tem recusado afastar-se do cargo, defendendo que o beijo foi consentido.
Um grupo de jogadoras da seleção espanhola renunciou à equipa nacional enquanto Rubiales for presidente da Federação.
Esta segunda-feira, a RFEF pediu a auto-suspensão à UEFA devido à intervenção do Governo nas atividades federativas.
Segundo a "Onda Cero", Andreu Camps, secretário-geral da RFEF, denunciou o governo espanhol à UEFA por intervir na federação, algo que é proibido de acordo com os estatutos da organização que gere o futebol europeu. Caso a federação seja suspensa, os clubes espanhóis não poderão participar nas provas europeias, assim como as suas seleções.
[Atualizado às 15h12]