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Jogadoras espanholas mantêm renúncia à seleção apesar de convocadas

18 set, 2023 - 23:33 • Redação com Lusa

Vinte jogadoras acusam federação de violar o regulamento da FIFA e vão estudar as consequências legais de serem colocadas numa convocatória que tinham dito não querer integrar.

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As campeãs do mundo reafirmaram esta segunda-feira, através de comunicado, a sua "vontade de não ser convocadas por motivos justificados" para a seleção de Espanha, horas depois de a nova selecionadora anunciar uma lista de 23 nomes para os próximos jogos.

Vinte jogadoras - 15 da lista de convocadas; oito ficaram em silêncio: Enith Salón, María Méndez, Rosa Márquez, Athenea del Castillo e Inma Gabarro - sublinham que o seu comunicado anterior "deixou isso claro e sem nenhuma opção para outra interpretação", declinando assim a chamada de Montse Tomé para os jogos da Liga das Nações, já que "as afirmações continuam plenamente vigentes".

Acrescentam que "nos dias posteriores a este comunicado" querem "deixar em conhecimento público que não foi transmitido nada diferente a ninguém integrante da RFEF", a Real Federação Espanhola de Futebol, pelo que pedem "expressamente que a informação que se transmita publicamente seja rigorosa".

"Nós, como jogadoras profissionais de elite e depois de tudo o que aconteceu hoje [esta segunda-feira], estudaremos possíveis consequências legais a que nos expõe a RFEF, ao nos pôr numa lista que pedíramos não integrar, por razões já explicadas e com mais detalhes", prossegue o comunicado.

Nesse contexto, consideram que a convocatória "não foi em tempo e em conformidade com o artigo 3.2 do Anexo I do Regulamento do Estatuto e Transferência de Jogadores da FIFA", pelo que entendem que a RFEF "não está em posição" de exigir-lhes que cumpram a convocatória.

"Lamentamos uma vez mais que a nossa federação nos coloque numa situação que nunca tínhamos desejado", conclui a nota do grupo de jogadoras.

Na sexta-feira passada, 39 jogadoras, incluindo 21 das 23 campeãs do mundo (só não assinaram Claudia Zornoza, que horas depois anunciou o adeus à seleção, e Athenea), pediram à RFEF a reestruturação do organigrama do futebol feminino e asseguraram que as mudanças feitas "não são suficientes" para que se sintam "em lugar seguro".

Pediam ainda a demissão do presidente da RFEF, que é interinamente Pedro Rocha, e a reestruturação das áreas de comunicação e marketing e a direção de integridade, considerando que as mudanças feitas desde o Mundial "não são suficientes"

O comunicado levou ao adiamento da convocatória dos jogos da Liga das Nações para esta segunda-feira, com 15 jogadoras que estiveram no Mundial na lista, mas não Jenni Hermoso, a jogadora que esteve no centro da polémica iniciada com o beijo do então presidente federativo, Luis Rubiales.

O selecionador campeão, Jorge Vilda, também foi afastado, tendo sido substituído por Montse Tomé. A RFEF emitiu um comunicado ao início desta tarde a reforçar o seu compromisso com uma renovação estrutural, mas a imprensa espanhola noticiava que não existia acordo entre as duas partes.

A Espanha deverá começar a campanha da Liga das Nações, que apura para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, frente à Suécia, em Gotemburgo, na quarta-feira, recebendo depois, a 26 de setembro, a Suíça, em Córdoba.

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