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Morreu Sven-Goran Eriksson, antigo treinador do Benfica

26 ago, 2024 - 12:27 • Eduardo Soares da Silva , João Filipe Cruz

O treinador de 76 anos faleceu esta manhã, vítima de doença prolongada. Foi homenageado no Estádio da Luz em abril.

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Morreu Sven-Goran Eriksson, antigo treinador do Benfica. Tinha 76 anos de idade.

O treinador sueco anunciou em janeiro que sofria um cancro terminal. De acordo com um comunicado de imprensa, "Eriksson morreu esta manhã, depois de doença de longa duração, em casa, rodeado da sua família, que quer fazer o seu luto em privado e não desejam ser contactados".

Eriksson afastou-se do futebol em fevereiro de 2023 por motivos de saúde. Era, na altura, diretor desportivo do IF Karlstad. Um ano depois, em janeiro deste ano, revelou numa entrevista à rádio sueca P1 que tinha um cancro em estágio terminal e que, tendo em conta o diagnóstico, teria no máximo um ano de vida.

"Todos compreendem que tenho uma doença que não é boa. Todos adivinharam que era cancro e é mesmo. Mas preciso de lutar da maneira que conseguir”, disse, na altura.

Seguiu-se um ano em que Eriksson foi homenageado em vários palcos europeus. Cumpriu "um sonho de vida" ao treinar o Liverpool numa partida de lendas frente ao Ajax e foi recebido na Luz em abril para uma homenagem durante o intervalo do Benfica-Marselha.

Sob uma ovação dos milhares de adeptos benfiquistas presentes no estádio, Eriksson surgiu no relvado com uma guarda de honra composta por várias lendas do Benfica que se cruzaram com o técnico, vestidos com as camisolas daquela época.

A acompanhar o sueco, estiveram Valdo, António Bastos Lopes, Carlos Pereira, Álvaro Magalhães, Alberto Bastos Lopes, Kenedy, Paulo Madeira, José Manuel Delgado, Pedro Valido, Dias Graça, Shéu, Rui Águas, João Alves, Paulo Padinha, Vítor Paneira, António Veloso, José Carlos, William, Filipovic, César Brito, Manniche, Diamantino, Humberto Coelho, Carlos Manuel, Toni, aplaudidos um a um pelos adeptos benfiquistas.

"Muitas emoções e choro. É lindo. Obrigado a todos os benfiquistas. Força, Benfica. Muita sorte para o futuro, a Rui Costa e a todos os benfiquistas", expressou Eriksson, antes de receber um galardão Cosme Damião pelas mãos do presidente.

Treinou o Benfica durante cinco épocas, em duas passagens diferentes, entre 1982 e 1984 e, depois, entre 1989 e 1992. Foi três vezes campeão nacional, venceu uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira.

Levou o clube encarnado a duas finais europeias, da Taça UEFA, em 1983, perdida para o Anderlecht, e na segunda passagem à final da Taça dos Campeões Europeus, em 1990, perdida para o AC Milan.

Treinou ainda o Goteborg, Roma, Fiorentina, Sampdoria, Lazio, Manchester City, Notts County, Leicester City, Al-Nasr, Guangzhou R&F e Shanghai SIPG. Foi selecionador da Inglaterra entre 2001 e 2006. Terminou a carreira de treinador em 2019 como selecionador das Filipinas.

Conquistou 19 título: uma Liga Europa, uma Taça das Taças, uma Supertaça Europeia e vários troféus nacionais. Para além dos conquistados em Portugal, venceu um campeonato italiano, quatro Taças de Itália e uma liga sueca.

"Um pouco de mim parte também". As primeiras reações

Em declarações à Renascença, Toni, que foi adjunto de Eriksson, descreve "uma hora de profunda tristeza, mesmo sabendo que a morte estava anuciada".

"Tivemos, todos, a oportunidade de nos despedirmos dele, quando veio a Portugal e ao Estádio da Luz. Os adeptos tiverm a oportunidade de se despedirem de um grande homem e um grande treinador. Deixa, em todos nós, uma saudade imensa. Em mim, em particular, porque um é um pouco de mim que também parte. Este ano perdemos e perdi muitos amigos, é mais um pouco de mim que parte. Um homem bom", afirmou.

Nas redes sociais, o Benfica afirmou que "é com profundo pesar que o Sport Lisboa e Benfica lamenta a morte de Sven-Göran Eriksson, aos 76 anos de idade. Descanse em paz, mister".

Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, faloa num treinador "profundamente marcante para o futebol português".

"A sua recente passagem pelo nosso país, onde foi homenageado pelo clube que por duas vezes representou em Portugal, o Benfica, confirmou o reconhecimento e admiração que toda a família do futebol português teve por ele. Além das suas qualidades e competência como treinador, Eriksson foi sempre uma pessoa amável, amiga e grata. O futebol português também está grato a um verdadeiro cavalheiro do futebol. Despediu-se da vida com a grandeza com que sempre marcou a sua postura", pode ler-se.

[Atualizado às 13:05 - Acrescentadas diferentes reações]

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  • Alexandre
    26 ago, 2024 SA 11:35
    Paz a sua alma Eriksson..!!

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