26 dez, 2019 - 13:56 • Redação
A Associação Nacional dos Treinadores criticou a direção do Sporting de Braga, que se prepara para anunciar Rúben Amorim como treinador da equipa principal, um técnico que, à semelhança de Silas, não conta com o nível máximo de habilitações, necessárias para orientar um clube da I Liga.
"A Direção da Associação Nacional dos Treinadores de Futebol, ao tomar conhecimento através da comunicação social da recente contratação de Rúben Amorim para o cargo de treinador principal da equipa sénior do Sporting Clube Braga, vem publicamente manifestar o seu repúdio por mais este triste episódio, que mancha a Classe dos Dirigentes e desprestigia a imagem do Futebol Português. Uma vergonha", pode ler-se.
A reação surge depois de José Pereira, presidente, ter criticado, em Bola Branca, o despedimento de Sá Pinto: "É a demonstração inequívoca da prepotência e incompetência dos nossos dirigentes. Não é admissível que aconteçam estas situações com esta frequência e falta de respeito para com os próprios treinadores. Os dirigentes fazem os contratos no início da época com grande pompa e circunstância e depois de forma desrespeitosa acabam por tomar estas posições que nada os dignificam"
No comunicado, o órgão garante que não se trata de um ataque pessoal a Rúben Amorim e critica novamente a classe dos dirigentes.
"Não é nosso intento personalizar. Pautamos a nossa atuação pela defesa da aplicação da lei e dos regulamentos, em nome da verdade desportiva e sempre na defesa dos interesses de todos os treinadores. Lamentamos por isso, que apesar de termos dos melhores interpretes e treinadores de futebol do mundo, continuemos a assistir a uma carência tão latente a nível do dirigismo clubístico", acrescenta.
O órgão presidido por José Pereira diz que vai propor ao governo uma alteração na regulação, para evitar que a situação se repita: "A ANTF irá propor ao Governo da República a alteração do Regime Jurídico das Federações Desportivas, no sentido de ser retirada aos clubes a autonomia que, presentemente, lhes assiste para decidirem em causa própria em matérias tão sensíveis como a elaboração do Regulamento de Competições, assim como as consequências do seu incumprimento.
"Quem não é capaz de respeitar os próprios regulamentos que elabora, não é digno de ter essa autonomia regulamentar", remata.