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Caso Marega. António Costa desafia dirigentes desportivos a "terem muito cuidado" para não "atear fogos"

18 fev, 2020 - 16:46 • Redação

O primeiro-ministro aplaude a reação do jogador do FC Porto, perante os insultos racistas, e pede às figuras de autoridade no desporto que não ateiem fogos difíceis de controlar.

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O primeiro-ministro, António Costa, voltou a abordar o "caso Marega", esta terça-feira, durante o debate quinzena, no parlamento, alertando os dirigentes desportivos para que não ateiem fogos difíceis de controlar.

"É importante os senhores dirigentes desportivos terem muito cuidado na forma como se dirigem, em geral e regularmente, aos seus adeptos e apoiantes. Porque sabemos que o desporto é uma atividade de paixão. Mas, se nós andamos a acender paixão, arriscamo-nos simplesmente a atear fogos que, depois, são muito difíceis de controlar", disse Costa, depois de as bancadas de PS, PCP, BE, PAn e PEV terem feito referências aos acontecimentos de Guimarães.

"Há uma enorme irresponsabilidade na forma como o discurso de ódio e intolerância são muitas vezes implementados", reforçou o primeiro-ministro.

As leis já existem, há que aplicá-las


António Costa recusou a ideia de que há necessida de mexer na legislação, lembrando que há legislação recente no sentido de combater a violência e racismo no desporto. Uma delas entra em vigor na próxima temporada desportiva.

"Não podemos estar sempre a fazer de conta que estamos a partir do zero. Temos de partir da memória do trabalho que fizemos. Para já, o que temos a fazer é dar cumprimento à legislação que foi acabada de aprovar e pôr as instituições a funcionar. O que nós temos de fazer e o que os clubes têm de fazer é aquilo que está previsto na lei, que é haver programas concretos dirigidos aos associados e adeptos nas diferentes modalidades, para haver um combate ativo a todas as formas de violência e racismo", sublinhou o chefe do Governo.

"Marega exemplar"


Na sua intervenção Costa fez questão de voltar a elogiar o comportamento "exemplar" de Marega, perante os insultos racistas dos adeptos.

"Mais importante, muitas vezes, do que aquilo que está na lei é todos ganharem a consciência de que há comportamentos que, por mais normalizados que possam parecer, são absolutamente inaceitáveis e são deploráveis", sublinhou.

O avançado do FC Porto deixou o relvado ao minuto 71 da visita ao Vitória de Guimarães, no domingo, devido aos insultos racistas de que estava a ser alvo.


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  • António dos Santos
    19 fev, 2020 Coimbra 02:07
    O que se passou em Guimarães, foi vergonhoso. Mas mais vergonhoso, foi o PSD e CDS, não fazerem qualquer comentário, o que dá a entender que estes 2 partidos são a favor do racismo e não o podem negar, porque os actos falam por si. Mas vindo destes partidos, não é surpresa, porque é a maneira de ser deles.

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