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Coronavírus

Jogos à porta fechada com prejuízo estimado de 2 milhões de euros para os clubes

11 mar, 2020 - 12:30 • Luís Aresta

Os grandes serão os mais afetados, na estimativa do Instituto Português de Administração e Marketing. Rádios e televisões podem lucrar com transferências de investimento publicitário.

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Poderá ser superior a dois milhões de euros, o prejuízo para os clubes, devido à realização dos jogos da próxima jornada da 1ª Liga, à porta fechada. A cifra refere-se apenas a receitas de bilheteira, com base nos números gerados na época passada durante as 34 jornadas do principal campeonato do futebol português.

Daniel Sá, diretor do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM), aponta os três grandes – Benfica, Porto e Sporting – como os clubes que mais sentirão, nos cofres, a realização de jogos sem adeptos nas bancadas. Porém, a ausência de receitas de bilheteira vai afetar todos.

“Em toda a época passada, recebemos nos estádios mais de 3,5 milhões de espetadores. Apesar de não haver números objetivos, em receitas, isto pode ter gerado qualquer coisa como 80 milhões de euros. Portanto, podemos pensar que, a cada jornada sem espetadores, estamos a retirar uma fatia destes 80 milhões, o que, no caso do futebol português, é uma fatia significativa, com particular incidência para os três grandes clubes, que representam mais de 60% do número de espetadores” diz a Bola Branca, Daniel Sá.

Impacto indireto

Para além de afetar as receitas dos clubes, a realização de jogos à porta fechada terá impacto noutras atividades económicas, acentua o diretor do IPAM.

“Cada jogo de futebol gera, à volta de si mesmo, um conjunto de outros negócios indiretos. Estamos a falar de serviços de 'catering', restauração, de bebidas e comidas, de 'merchandising', de ativação de patrocínios, de segurança pública e privada; há vários negócios ancorados a cada partida de futebol; aqui é mais difícil quantificarmos nesta fase, mas não serão apenas os clubes de futebol a sentir este impacto”, assinala.

Na outra face da moeda, estão as rádios e televisões, que na opinião de Daniel Sá, podem vir a lucrar com os jogos à porta fechada. O diretor do IPAM sustenta que “o facto de não podermos consumir o jogo dentro do estádio, vai provavelmente aumentar a procura do consumo à distância, feito através da rádio, televisão e todos os media online e offline que podemos acompanhar. Espera-se, pelo menos neste primeiro fim de semana de espetadores, que as audiências de todos estes meios aumentem e isto pode gerar, inclusive, um aumento das receitas publicitárias. Ainda é prematuro avaliar, mas pode haver uma transferência de investimento publicitário para estes meios”.

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