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Coronavírus

​Hugo Vieira, jogador e empresário sobre "lay-off" no futebol. "Mais vale tirarem-me a mim do que eu aos meus funcionários"

06 abr, 2020 - 18:15 • José Pedro Pinto

Avançado do Gil Vicente gostaria que os campeonatos fossem retomados, mas sublinha pandemia da Covid-19 é "questão muito séria".

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Hugo Vieira. 31 anos. Futebolista. Avançado do Gil Vicente. Mas também empresário, a quem a pandemia do novo coronavírus obrigou a fechar os três negócios que lidera, nos setores têxtil, construção civil e turismo.

Em entrevista a Bola Branca, Hugo Vieira admite o "complicado" que está a ser lidar com o impacto da crise no futebol e no lado empresarial. Mas a realidade é que, quando confrontado com o delicado tema do "lay-off" ou cortes salariais para jogadores, o avançado prefere não esquecer quem de si depende diretamente.

"Tenho uma marca de roupa, uma imobiliária/empresa de construção e uma agência de viagens e fomos dos primeiros a fechar. Há um mês que fechámos e é muito complicado. Do Gil Vicente, sobre cortes salariais ou 'lay-off', ainda não falaram nada connosco mas vou respeitar o que acharem por bem fazer, porque isto vai ser complicado para toda a gente. Mas mais vale tirarem-nos alguma a coisa a nós, jogadores, do que eu ter de cortar aos meus funcionários, que recebem muito menos do que nós e precisam de colocar comida na mesa para as suas famílias", declara.

Perante um cenário de profunda indefinição quanto ao retomar dos campeonatos ainda na presente época, o atleta do Gil Vicente conclui que é necessário, acima de tudo, não correr qualquer risco. Precipitação, nesta altura, poderia ser fatal.

"É um momento muito complicado para a toda a gente. Atrapalhou os planos de todos. Não escondo que o meu objetivo era voltar ao Gil Vicente para jogar. Claro que eu gostava que o campeonato continuasse, para que a verdade desportiva falasse mais alto mas vou respeitar a decisão que seja tomada porque isto é uma questão muito séria e não podemos brincar com isto", conclui Hugo Vieira, a Bola Branca.

O avançado, de 31 anos, regressou ao Gil Vicente em janeiro, depois de se ter desvinculado dos turcos do Sivasspor. Até à paragem da Primeira Liga, decretada a 12 de março, havia realizado dois jogos pelo emblema de Barcelos.

As competições de futebol em Portugal foram suspensas, devido à pandemia de Covid-19. As ligas profissionais foram interrompidas à 25.ª jornada. A Liga pretende retomar os campeonatos no dia 30 de maio, com as dez jornadas finais a realizarem-se à porta fechada.

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