06 abr, 2020 - 14:15 • João Fonseca
Joaquim Evangelista compromete-se a lutar contra a atribuição de apoio aos clubes profissionais, pela via do "lay-off" simplificado. O dirigente sindical informa que vai " interpelar os grupos parlamentares, porque isto é uma questão de cidadania, de respeito por todos". "Este dinheiro tem de chegar a quem precisa dele e não ao futebol. Vamos impugnar esta medida, que do nosso ponto de vista não tem enquadramento legal", observa, em entrevista à Renascença.
O presidente do Sindicato acusa alguns dirigentes do futebol profissional de estarem a "boicotar" o trabalho de Pedro Proença. Os dois organismos estão a trabalhar na busca de soluções que permitam ajudar na resolução dos problemas causados pela suspensão das competições, devido à pandemia de Covid-19, mas esse trabalho, reclama, está a ser ignorado por alguns clubes.
"O problema é que o Pedro Proença não tem capacidade, apesar do esforço enorme que faz, para se impor a estes presidentes que boicotam o seu trabalho", acusa, nestas declarçaões a Bola Branca.
O quadro negocial que Sindicato e Liga estavam a desenhar previa a sujeição a sacrifícios por parte dos jogadores, numa lógica proporcional ao valor que cada um aufere. No entanto, há clubes que já estão desalinhados com essa possibilidade e já recorreram ao "lay-off" simplificado que o Governo elaborou para as empresas responderem às dificuldades económicas criadas pela pandemia de Covid.19.
"Havia este quadro negocial com a Liga, mas depois há clubes como a Belenenses SAD [a recorrer ao "lay-off"]. São sempre os mesmos a avançar com estas habilidades e falta de respeito, de forma desavergonhada. Invocam 'lay-off' com o encerramento da empresa e não com fundamento na quebra do rendimento. O futebol está suspenso, não está encerrado e ofendem o Estado e os portugueses. Querem receber do Estado e não querem prestar contas", considera.
"Envergonha-me o comportamento de alguns dirigentes, verdadeiros abutres neste momento", complementa, com veemência.
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À imagem daquilo que o Presidente da República vai exigir à banca, o Sindicato defende que o futebol devia exigir compensação das operadoras televisivas. "O futebol, neste momento, também deve exigir às operadoras, que faturaram milhões com esta indústria, que ajudem clubes e jogadores", desafia.
O presidente do Sindicato reforça que os jogadores estão disponíveis para fazer sacrifício, mas não a qualquer custo. "Exigimos que sejam quantificados", remata.