07 abr, 2020 - 18:15 • Rui Viegas
O presidente da Belenenses SAD "dispara" contra Joaquim Evangelista, depois de o líder do Sindicato dos Jogadores ter criticado, em entrevista à Renascença, o recurso daquela sociedade ao "lay-off" simplificado, para fazer face às perdas financeiras provocadas pela paragem competitiva, na sequência da pandemia de Covid-19.
Em Bola Branca, Evangelista falou de dirigentes "abutres", de "habilidades" e de um "boicote ao trabalho negocial com a Liga". E prometeu impugnar a iniciativa. Na resposta, também em Bola Branca, Rui Pedro Soares contra-ataca com várias questões dirigidas ao representante dos atletas. E diz-se surpreendido.
"A minha maior surpresa, das palavras do presidente do Sindicato, foi quando o ouvi dizer que o futebol não deveria recorrer a apoios públicos. Fica a ideia - deve ter-se expressado mal - de que o presidente do Sindicato defende um futebol à margem da lei em que as receitas sejam asseguradas através de expedientes como os que existiam no passado, no futebol. O pagamento em dinheiro vivo, etc. O que mais me surpreendeu foi isto. Vamos recorrer a quê? A negociatas entre empreiteiros e câmaras? A vendas de terrenos? Dinheiro vivo? Não! A Belenenses SAD atua dentro da lei", começa por afirmar o presidente da Belenenses SAD , para quem Joaquim Evangelista só pode ter incorrido num "equívoco".
Joaquim Evangelista acusa dirigentes "abutres" de (...)
"Pode ter sido um momento infeliz do presidente do Sindicato e hoje já estar arrependido. O Sindicato quer um futebol à margem da lei? É isso que quer? Regressar ao passado, em que os clubes nem sequer impostos pagavam?", volta a questionar, não crendo que qualquer uma tentativa de impugnação dos pedidos de "lay-off" por parte dos clubes profissionais possa ter sucesso.
O regime de "lay-off" simplificado, criado pelo Governo como resposta às dificuldades económicas criadas pela pandemia de Covid-19, prevê que o salário dos trabalhadores seja reduzido para dois terços. No caso de suspensão dos contratos de trabalho, a Segurança Social suporta 70% do vencimento e as empresas pagam 30%. Nos casos de redução do horário de trabalho, os valores a pagar pela Segurança Social e pelas empresas variam consoante a percentagem parcial de trabalho definida para cada trabalhador.
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Nesta entrevista a Bola Branca, Rui Pedro Soares recusa - por outro lado - revelar qual foi a reação do grupo de trabalho às ordens de Petit. O dirigente prefere deixar a garantia de que o "lay-off só durará o tempo da paragem competitiva.
"O diálogo que temos com todos os trabalhadores é interno e assim vai continuar. Trata-se de uma decisão difícil que apenas foi tomada a pensar na estabilidade a longo prazo da Belenenses SAD e dos seus trabalhadores. Face às receitas que estamos a perder e às receitas que considerávamos como certas, foi a única decisão que podíamos encarar. Para proteger a empresa e todos os seus trabalhadores. Esperamos poder revertê-la [a decisão de "lay-off"] o mais breve possível, mas depende do calendário do vírus. Quando as autoridades de saúde permitirem o regresso, o 'lay-off' vai ser levantado", anuncia o líder dos "azuis do Jamor", que - a finalizar - mostra-se cauteloso, no entanto, em relação à possibilidade de retorno em breve aos relvados.
"Compreendo que a Liga apresente, todas o fizeram, tentativas de datas para o reinício. Mas é claro para todos, e para a Liga também, que apenas vamos regressar quando as autoridades de saúde deste país disserem que o podemos fazer. Calendários [previstos], à medida que o tempo vai avançando, vão sendo adiados", termina Rui Pedro Soares.
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