22 abr, 2020 - 18:13 • José Pedro Pinto
A concretização do cenário parece ser difícil. Mas, mesmo assim, Bola Branca procurou averiguar o eventual estado de prontidão da hotelaria do Algarve na possibilidade de o Sul acolher, em exclusivo, as jornadas que restam dos campeonatos da I e II ligas.
Numa altura em que a região turística por excelência do país estará a ser equacionada para concentrar os 180 desafios que falta disputar nas provas profissionais, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) reage afirmativamente à capacidade da área, no imediato, de acolher as 3.000 a 5.000 pessoas minimamente necessárias para a realização das partidas.
"Obviamente que sim. Os hotéis estão encerrados há cerca de um mês, mas não deixaram de ter as condições para reabrir imediatamente se for necessário. Estamos mais do que preparados para responder a esse desafio. O Algarve dispõe de condições para receber todas a equipas e infraestruturas para realizar os jogos", assegura Elidérico Viegas, histórico empresário algarvio que lidera a associação representativa do setor.
"Apanhado" de surpresa por Bola Branca quanto a esta possibilidade, Elidérico Viegas reage com máximo agrado. O Algarve está a sentir na pele os nefastos efeitos económicos da pandemia da Covid-19 e a deslocalização do futebol para aquela região traria certamente benefícios tão necessitados.
Coronavírus
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"Numa altura em que os hotéis ou estão encerrados ou os que ainda funcionam não têm clientes, uma vez que as fronteiras estão encerradas, essa é uma boa notícia. Todos os hoteleiros estão disponíveis para receber todas as equipas. É uma notícia muito animadora neste contexto de negativismo que estamos a atravessar", assinala.
Até ver, a AHETA não foi contactada quer pela Liga Portugal quer pelos clubes. Ainda assim, Elidérico Viegas mostra disponibilidade da associação a que preside para mediar as sondagens que possam vir a ser realizadas junto das unidades hoteleiras.
"A AHETA está disponível para colaborar ativamente em todas as ações necessárias para dar resposta a esses pedidos", garante.
Ora, é tudo uma questão de números. E entre a oferta e a procura, para lá da experiência de bem receber de uma região virada quase em exclusivo para o turismo, Elidérico Viegas atesta a relativa facilidade que será para o Algarve ser parte de uma solução que vise concluir dentro de campo o futebol profissional em 2019/20.
"Temos 135 mil camas em hotéis e empreendimentos turísticos. Albufeira e Vilamoura concentram a maior fatia, mas essa oferta distribui-se um pouco por toda a região. Estamos em condições de responder a esse desafio. O Algarve recebe cerca de 7,5 milhões de turistas por ano, dos quais 4,5 milhões são estrangeiros. Portanto, estamos mais do que preparados para receber clientes", remata.
A pandemia do novo coronavírus já tirou a vida a 785 portugueses, num total de 21.982 infetados. O Algarve, segunda região do país menos fustigada a nível continental, regista 11 mortos e 316 contaminados.