29 abr, 2020 - 18:15 • Pedro Azevedo
Na véspera da decisão do governo, articulada com a Direção Geral de Saúde sobre quando e como o futebol deverá regressar, Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos admite que mesmo no atual quadro da pandemia da Covid-19, é possível realizar os jogos que faltam até á conclusão do campeonato, desde que sejam à porta fechada.
“Naquilo que é a experiência que temos neste tipo de situação epidémicas ou pandémicas neste caso, temos que ter muito cuidado. Fazer jogos à porta fechada é possível, tomando medidas para salvaguardar a saúde dos jogadores, dirigentes, treinadores e as outras poucas pessoas. Mas em relação aos jogos terem assistência acho que é complicado”, refere Miguel Guimarães, em entrevista a Bola Branca.
O Bastonário da Ordem dos Médicos não só acha possível como recomendável os jogos à porta fechada como solução para o que falta da época.
“Neste momento ter jogos de futebol implica restrições muito grandes. Deverão ser feitos à porta fechada. Compreendo que os clubes vivem das receitas e os jogos sem público colocam em causa a sua saúde financeira. Mas não podemos correr riscos relativamente a esta infeção”, sublinha..
Presidente da FPF admite que decisão deve ser conh(...)
Quanto ao risco de propagação entre os jogadores intervenientes no jogo, Miguel Guimarães explica como se minimiza o risco.
“Os jogadores podem ser controlados fazendo testes regulares. É como os profissionais de saúde que também devem ser regularmente testados, na minha opinião. Ainda não foi feito em Portugal, mas eu gostaria que fossem regularmente testados porque as pessoas podem estar infetadas e não ter grandes sintomas", diz, antes de continuar a justificação.
"Sabemos pelos dados conhecidos até agora que cerca de 80% das pessoas infetadas ou não têm sintomas ou têm sintomas muito ligeiros. O que significa que em duas equipas de futebol que se estejam a defrontar pode haver algum jogador que eventualmente esteja infetado. Um jogador que não esteja com grandes sintomas mas que até esteja a jogar. Por isso é importante que esse controlo seja feito. Não estamos a falar de muitos testes. É mais difícil testar os profissionais de saúde que são muitos", afirma.
O facto de ser impossível testar os adeptos é o grande motivo que impede a sua presença nos recintos.
"A questão dos jogadores pode ser controlada com testes regulares para a Covid-19. A questão dos adeptos, já não é assim”, reforça
Miguel Guimarães acha possível a realização dos jogos à porta fechada mas quanto a uma possível solução de estádios reduzidos a uma pequena percentagem da lotação, o bastonário da Ordem dos Médicos defende que nesse caso a utilização de máscara deverá ser obrigatória.
“Se a decisão da autoridade nacional de saúde e da FPF que estão a trabalhar em conjunto for a decidir por uma restrição do número de adeptos nos jogos, isto deve ser acompanhado por medidas de proteção individuais obrigatórias. Por exemplo, a utilização da máscara tem de ser obrigatória, nestas circunstâncias”, recomenda.
Apesar da redução para uma pequena percentagem de adeptos ser uma possibilidade em cima da mesa, Miguel Guimarães recomenda os jogos á porta fechada.
“Neste momento ter jogos de futebol implica restrições muito grandes ao ponto dos jogos terem de ser feitos à porta fechada. Compreendo que os clubes vivem das receitas e os jogos sem público colocam em causa a sua saúde financeira. Mas não podemos correr riscos relativamente a esta infeção”, sublinha o bastonário da Ordem dos Médicos.
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