11 mai, 2020 - 18:15 • José Pedro Pinto
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A cura vai custar a ser implementada, à lei da responsabilidade de cada um mas só com um esforço redobrado será possível concluir a Primeira Liga desta temporada.
É a mensagem saída de uma reunião realizada hoje pela Liga Portugal e pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) junto das associações de classe de treinadores, jogadores e árbitros para uma "explicação pormenorizada" do controverso Código de Conduta imposto pela Direção-Geral de Saúde (DGS).
A Bola Branca, o presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), explica que as dúvidas ficaram esclarecidas. Mas José Pereira admite que as restrições serão dificeis de adoptar por parte de treinadores e jogadores.
"Recebemos uma explicação pormenorizada e ficámos dentro da situação, tendo em conta que está em causa o interesse nacional, pelo que há lugar à mobilização de todos os intervenientes do futebol para dar saída a esta situação dificil. Será um pouco doloroso para treinadores e jogadores, devido aos requisitos que terão de cumprir. Mas sem esse tipo de cooperação, seria impossível terminar o campeonato", alerta, desmistificando ainda a questão da responsabilização individual pelo risco que é assumido de contágio pela covid-19.
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A leitura que o líder da ANTF faz é a de que não haverá responsabilização individual. O que o Código de Conduta pretende é sensibilizar ao máximo todos os agentes para a necessidade de comportamentos de prevenção.
"Não pode ser de outra forma", enfatiza. "Não podemos estar a construir a resolução deste problema com responsabilidades alheias. Cada um terá de assumir a sua responsabilidade, embora não seja específica, porque não vamos responsabilizar um treinador ou um jogador caso apareça infetado. Temos de ver os cuidados inerentes da necessidade comportamental das pessoas que estão inseridas neste projeto", frisa José Pereira.
Paulo Sérgio, treinador do Portimonense, admitiu hoje em entrevista ao diário desportivo O Jogo que, porventura haverá alguma precipitação em retomar a Primeira Liga. Confrontado por Bola Branca sobre se o discurso do treinador de um "aflito" poderá comportar a visão dos clubes que lutam pela permanência, José Pereira limita-se a admitir que o projeto de resolução da crise sanitária para que haja campeonato não é bem aceite por todos os clubes. Algo que encara como natural.
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"Longe de mim achar que as medidas adotadas iriam ser unanimemente aceites. Sabemos que provoca algum desencontro de ideias mas isto é uma vontade manifestada pelos próprios clubes. Evidentemente que aceitamos que um treinador ou um jogador não estejam de acordo. Fosse qual fosse a posição assumida por Liga, Federação ou Direção-Geral de Saúde, nunca iria atingir a unanimidade das pessoas", admite.
Quanto ao prolongamento até ao término real da época dos contratos dos treinadores que estejam final de vínculo, José Pereira afirma que a classe está de acordo com essa solução.
"Mais de 50% dos treinadores têm já contrato assinado para a próxima época e outros para as próximas épocas. Os que efetivamente acabam o contrato no final da época, já contactados por mim, expressaram a intenção em acabar os campeonatos dentro dos moldes que forem estabelecidos", conclui o presidente da ANTF.