24 set, 2020 - 12:45 • Luís Aresta
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O Governo está a descartar os adeptos do futebol. É a conclusão do presidente do Tondela, Gilberto Coimbra, depois de ter ouvido o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, contrariar as declarações do seu companheiro de Governo, João Paulo Rebelo.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, tinha dito, na passada segunda-feira, esperar que nas próximas semanas pudessem ser criadas as condições para o regresso dos adeptos aos eventos desportivos.
Declarações contrariadas por Lacerda Sales, numa entrevista à SIC Notícias em que admitiu que o aumento de casos de Covid-19 em Portugal acentua a probabilidade de os estádios de futebol continuarem sem público nas bancadas. Uma discriminação com destinatários específicos, diz a Bola Branca, Gilberto Coimbra.
“Para o Governo, os adeptos do futebol não são engenheiros, doutores, advogados, administradores ou juízes. Não são pessoas cultas, são pessoas para descartar”, desabafa o presidente do Tondela. O dirigente do emblema da I Liga não poupa nas palavras e acusa o Governo de total desprezo pelo futebol.
"A ideia é que, dentro de semanas, que o desporto (...)
“Meter mil ou 1500 pessoas, ordeiramente, no estádio do Tondela, é totalmente pacífico, tal como é pacífico colocar 10 ou 20 mil no Dragão ou na Luz”, sublinha, antes de fazer notar que “o Governo – seria forte dizê-lo - está a destratar o futebol e não faz contas ao quanto esta indústria é importante pelas receitas que faz entrar no país. O futebol nunca foi tratado da mesma forma que outros espetáculos”, declara.
Enquanto rejeita olhar para os danos financeiros que a ausência de adeptos no seu estádio está a provocar, porque é preciso “não desanimar”, o presidente do Tondela manifesta a esperança de que o Governo de António Costa arrepie caminho. “Na minha opinião vamos ter público no futebol na primeira ou segunda semanas de outubro. Não faz sentido que assim não seja”, remata.