05 jan, 2021 - 12:45 • Pedro Azevedo
A incerteza sobre a realização do Santa Clara-Benfica é um dos fatores a ter em conta com impacto no fraco rendimento da equipa de Jorge Jesus no encontro frente ao Santa Clara, que terminou com empate a um golo e consequente perda de terreno para Sporting e FC Porto, que venceram os respetivos jogos na 12.ª jornada da I Liga.
Jorge Silvério, especialista em psicologia do desporto, e comentador Bola Banca, lembra que para além dos casos de Covid-19 no plantel encarnado, a equipa, a jogar fora, e após cinco minutos em campo, no passado domingo, viu o jogo ser adiado por um dia, o que inevitavelmente provocou um aumento nos níveis de ansiedade.
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“Vivemos tempos de grande incerteza acentuados pela pandemia. Em tempos de incerteza a ansiedade aumenta. Basta observarmos o aumento do consumo de ansiolíticos e antidepressivos que já era bastante grande e que disparou com a pandemia. Esta incerteza impacta a vários níveis. A incerteza de não haver jogo nos Açores, e depois a certeza de que iria haver no dia a seguir, como aconteceu ao Benfica, motiva alterações interpretadas pelos vários jogadores, com reações diferentes mas que podem condicionar o rendimento desportivo”, explica Jorge Silvério.
Casos de Covid-19 com impacto no rendimento coletivo
O Benfica regista vários casos de Covid-19 nesta fase da época, mas há outras equipas que também estão a ser afetadas com o mesmo problema. A pandemia é um fator de incerteza e vai ter impacto no rendimento das equipas e influência nas contas do campeonato.
“Temos uma grande incerteza em todos os clubes pela questão do contágio pela Covid-19. Os jogadores fazem variadíssimos testes, mas andam sempre na incerteza se vai dar positivo ou negativo e se vão ou não jogar. Para além da incerteza que advém do facto de a saúde, sobretudo, dos mais vulneráveis que são próximos em termos familiares ou de amizade, estar em risco, há também a influência que pode ter no facto de jogarem ou não. Tudo isto acaba por influenciar o rendimento desportivo", observa.
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As reações são diversas e é imperativo, sublinha Jorge Silvério, que "os grupos de trabalho se adaptem a toda a esta incerteza".
"Terão de ser encontradas estratégias pelas equipas técnicas e médicas para lidarem com este grau de incerteza, mas seguramente que vai impactar o rendimento”, reforça o especialista.
O impacto da incerteza nas contas do campeonato
Jorge Silvério antevê que os fatores de incerteza terão um grande impacto nos resultados desportivos até ao fim da época. E adverte para mais um fator acrescido neste mês de Janeiro com a reabertura do mercado de transferências.
“O mercado é mais um fator de incerteza que pode condicionar o rendimento desportivo. Quando se analisar o resultado final do campeonato do ponto de vista mais geral, todas as incertezas incluindo a que está a acontecer em relação à pandemia, vão ter um impacto grande e, sem dúvida nenhuma, condicionar os resultados desportivos”, antecipa Jorge Silvério.
O mercado de transferências já reabriu em Portugal e a janela de inverno fecha no dia 1 de fevereiro.