19 jan, 2021 - 14:45 • Rui Viegas
O presidente da Associação Nacional de Médicos de futebol diz que não pode haver lugar a dúvidas sobre o trabalho dos departamentos clínicos dos clubes, mas considera - também - que se o Sporting quer fazer chegar cópias dos exames à Liga de Clubes é porque tem suspeitas.
Em entrevista a Bola Branca, João Pedro Mendonça começa por revelar que falou com o médico do Sporting, João Pedro Araújo, que lhe explicou o episódio de Nuno Mendes e Sporar, o qual está na base da polémica com o FC Porto.
O clube de Alvalade anunciou que os testes ao lateral e ao avançado, que os impediram de defrontar o Rio Ave, eram falsos positivos, e que, por isso, os dois estão aptos para defrontar os dragões, esta terça-feira, na primeira meia-final da Taça da Liga.
Porém, o FC Porto acusa o Sporting de querer "cometer um atentado à saúde pública", visto que não se passaram dez dias desde os testes positivos em causa.
Covid-19
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"Falei com o colega do Sporting, que me explicou a situação. Não pode haver lugar a suspeições, sob pena de isto começar a ser muito complicado. Os departamentos clínicos dos clubes têm demonstrado, até este momento, o rigor com que têm trabalhado. Conhecemo-nos, temos de nós a ideia de pessoas que sabem os comportamentos a ter, e não há responsável por departamento clínico algum que diga que o atleta está em condições para jogar se convictamente não entender que é isso que passa. Houve reuniões, antes de começar a competição, e os comportamentos a ter ficaram definidos", lembra.
Com este polémico episódio, o Sporting passa a exigir que sejam remetidas para a Liga as cópias dos exames realizados aos jogadores. João Pedro Mendonça lembra que, atualmente, cada diretor clínico já assume a responsabilidade pela aptidão dos atletas e afins. Todavia, se os leões, agora, querem ir mais além é porque desconfiam de algo menos ético.
"Antes de cada jogo, o responsável clinico de cada clube assina e assume a aptidão dos jogadores. Já existe. Se o Sporting quer cópias dos testes, aí já indicia alguma suspeição. Mas se contribuir para que não haja dúvida, não terei nada a opor", conclui o também médico do Nacional da Madeira.