07 mar, 2021 - 12:25 • Lusa
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A pandemia de Covid-19 foi responsável, durante um ano, pela realização de quase 300 jogos da I Liga sem a habitual ‘banda sonora’ dos adeptos nos estádios, algo inédito na história do futebol português.
Depois da paragem de três meses no ano passado, por causa do novo coronavírus, a I Liga regressou em junho e, já contando a 22.ª jornada da atual edição, que se realiza este fim de semana, um total de 283 jogos já foram disputados à porta fechada, ou seja, sem aplausos, assobios ou cânticos que compõe a ‘música’ de qualquer jogo de futebol em todo o planeta.
Há um ano que os estádios portugueses perderam a sua ‘banda sonora’, substituindo os gritos de jogadores, treinadores e os apitos dos árbitros pelo puro silêncio que invadiu as bancadas.
Durante um ano, em jogos do principal escalão, os açorianos do Santa Clara tiveram direito a algum apoio no seu estádio, mas mesmo assim de forma muito restritiva, aconteceu o mesmo com Tondela e Farense, mas apenas em uma ocasião.
Emanuel Medeiros
Emanuel Medeiros, antigo diretor executivo da Asso(...)
Os 1.924 espetadores que estiveram no Estádio de São Miguel, em Ponta Delgada, que tem capacidade para 12.500, no jogo Santa Clara-Sporting (1-2), da quinta ronda, em 24 de outubro de 2020, representa a maior ‘enchente’ no último ano em jogos do primeiro escalão.
Antes disso, em 3 de outubro, no primeiro jogo com adeptos desde o início da pandemia, 873 adeptos foram apoiar o Santa Clara na receção ao Gil Vicente (0-0), enquanto, mais recentemente, no final de fevereiro, já depois da nova vaga de surtos, 924 pessoas estiveram no recinto micaelense no triunfo sobre o Paços de Ferreira (3-0).
Ainda sem imaginar que iria existir uma nova vaga da Covid-19 no país, a quinta jornada desta época serviu mesmo para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) encetar dois testes-piloto no regresso do público aos jogos, com 860 pessoas a marcarem presença no Estádio Algarve, no desaire do Farense com o Rio Ave (1-0), e 132 a assistir ao triunfo caseiro do Tondela sobre o Portimonense (1-0), no Estádio João Cardoso.
Além da I Liga, a final da Taça de Portugal de 2019/20, conhecida também como a maior festa do futebol português, não resistiu à pandemia e foi disputada, entre FC Porto e Benfica, totalmente à porta fechada, passado do Estádio Nacional, em Oeiras, o habitual e histórico palco, para Coimbra.
Dados do estudo UEFA Grow SROI, que estuda o Retor(...)
Esta época, o palco do jogo decisivo, entre Benfica e Sporting de Braga, vai ser novamente o Estádio Cidade de Coimbra, desta vez pelas más condições do recinto localizado no vale do rio Jamor.
Também a recente fase final da Taça da Liga, vencida pelo Sporting, decorreu sem adeptos, em Leiria, depois de a LPFP ter alimentado alguma esperança em acolher espetadores.
Durante o último ano, a seleção nacional teve ‘direito’ a ter algum apoio nas bancadas, em jogos realizados em Portugal continental, com o Estádio José Alvalade a abrir as suas portas, de forma muito limitada, em outubro de 2020.
No dia 07, num particular com a Espanha (0-0), 2.500 adeptos estiveram no recinto ‘leonino’ para apoiar Portugal e, uma semana depois, em 14, 5.000 marcaram presença no triunfo sobre a Suécia (3-0), para a Liga das Nações.
O mesmo cenário aconteceu lá ‘fora’ e nas principais Ligas europeias, embora Inglaterra, Alemanha e França tenham avançado para a reabertura dos estádios no final do ano passado, de forma muito restritiva, situação que durou pouco tempo devido à nova vaga da Covid-19, que voltou a ‘fechar’ a Europa e grande parte do mundo em janeiro.