10 dez, 2020 - 09:22 • Eduardo Soares da Silva
O Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol instaurou um processo sumário para determinar exatamente o que aconteceu no túnel do Estádio Municipal de Famalicão, no final do jogo contra o Sporting, que terminou empatado a dois golos.
A tensão entre os jogadores já tinha ficado bem presente no final da primeira parte e no acesso aos balneários nesse momento, prolongou-se durante a segunda parte e atingiu o seu expoente máximo no final do jogo, com o Sporting a queixar-se de um golo mal anulado a Coates, da expulsão de Pedro Gonçalves e de Rúben Amorim.
Assim que Luís Godinho apitou para o fim da partida, os jogadores das duas equipas começaram a discutir de imediato, com alguns jogadores do Sporting a pedir explicações à equipa de arbitragem. Membros das equipas técnicas estiveram também envolvidos.
A tensão subiu de nível já dentro do túnel, onde os balneários são muito próximos da saída para o relvado. Durante vários minutos, os jogadores tiveram de ser separados pelas forças de segurança e pela polícia presente no estádio, assim como elementos das equipas técnicas.
Os presidentes dos dois clubes, Frederico Varandas e Miguel Ribeiro, também estiveram presentes para tentar acalmar os ânimos.
Na "flash interview" da Sport TV, João Mário acusou o Famalicão de algumas faltas de respeito: "Há que haver respeito e não houve. Acabamos por responder a algumas bocas do banco do Famalicão. Foi um bom jogo e infelizmente não nos deixaram ganhar".
João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, censurou o momento de tensão: "Os jogadores têm que ter juízo, os treinadores muito mais juízo e os dirigentes muito, muito mais juízo. Se queremos vender um produto como o futebol para as famílias, televisões, todos nós temos de ter muito juízo e não fazer o que fizemos hoje, que foi uma vergonha para todos. São discussões, é um bate boca e são todos malcriados".
Frederico Varandas mostrou-se visivelmente descontente com a arbitragem de Luís Godinho no túnel, ao rever as imagens com outros dirigentes leoninos e confrontou o juiz da partida no túnel. O presidente do Sporting acabou por fazer uma declaração aos jornalistas na zona mista, mais tarde.
"O VAR teve influência num momento capital. Este lance final do golo ao Coates, com um dos rivais, Benfica ou FC Porto, nunca seria anulado. Nunca seria. O golo é limpo. No futebol existem erros. O que me preocupa é a natureza e a forma como é visto o VAR, curiosamente nos jogos em que perdemos pontos. Este golo jamais seria anulado aos nossos rivais. Sabem qual é a diferença? Seriam quatro pontos de avanço e começam a tremer, mas quanto mais tremem e fazem isto, mais força dão ao grupo. Isso vos garanto", afirmou.
Decorrente da partida, o Sporting anunciou na quarta-feira, em comunicado, que apresentou uma queixa de Luís Godinho ao Conselho de Arbitragem. Rúben Amorim foi suspenso por 15 dias depois da expulsão na reta final da partida.