11 mar, 2021 - 18:15 • Rui Viegas
A SAD do Olhanense admite avançar com uma queixa contra a Associação Nacional de Treinadores (ANTF), depois dos casos Rúben Amorim e Edgar Davids, técnico dos algarvios.
A ANTF acusou o técnico do Sporting de fraude no processo de inscrição e alegou que o Olhanense teria apresentado Davids no banco como treinador sem que estivesse inscrito como tal. Em declarações a Bola Branca, o presidente da SAD algarvia assume que poderá queixar-se na Federação Portuguesa de Futebol e no Tribunal Arbitral do Desporto.
"Vamos defender-nos no processo e, assim que terminar, e tendo também por base aquilo que possa vir a acontecer, reservamo-nos o direito de mover uma queixa contra a ANTF. Não acho normal que nós, em Portugal, tenhamos uma associação de treinadores que limita o direito ao trabalho, que é um direito constitucional", acusa Luís Torres.
O presidente da SAD do Olhanense considera que a ANTF "presta um péssimo serviço à imagem do país no exterior" e à imagem do futebol em Portugal. "Uma associação que supostamente deveria zelar pelos interesses dos treinadores em geral vir atacar os direitos desses mesmos treinadores é um contrassenso e uma coisa ilógica", atira.
Já o caso de Rúben Amorim "é demasiado ridículo para ser verdade". Sobre isso, Luís Torres assinala que "é uma vergonha achar que um treinador que leva 10 pontos de avanço [na Liga] é uma fraude":
"Estamos a falar de um treinador que neste momento já está regular. É como uma pessoa que ia sem carta de condução no ano passado, a polícia viu, não fez nada, e agora que já tem carta de condução multa. Não faz sentido nenhum. Envergonha o futebol português e envergonha muito a ANTF, que devia de uma vez por todas pensar que aquilo é uma associação de defesa dos treinadores, não de ataque."
No caso particular do Olhanense, Luís Torres aponta uma incoerência em relação à queixa da Associação de Treinadores contra Edgar Davids.
"O Edgar Davids chega a Portugal com o nível IV tirado em 2017 num país da UEFA. Só que em Portugal nós temos uma dupla certificação do curso de treinador reconhecido pelo IPDJ e e óbvio que uma pessoa que vem do estrangeiro não tem esse documento. Como tal, decidimos que, no primeiro jogo, já que se encontrava em Portugal, [Davids] devia ir para o banco como delegado ao jogo. Daí surgiu uma queixa da ANTF a dizer que nós tínhamos o Davids no banco como treinador sem estar inscrito como treinador, o que não era o caso. Ele estava no banco como delegado e nós inclusivamente fomos multados por não ter treinador", relata.