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João Rodrigues

Farense considera que ausência de público é "uma boa decisão para o futebol português"

17 mai, 2021 - 12:45 • Pedro Castro Alves

João Rodrigues, presidente do Farense, concorda com a decisão da Liga Portugal em não permitir público nos estádios na última jornada: "É uma decisão equitativa", diz.

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João Rodrigues, presidente do Farense, não tem dúvidas de que não permitir adeptos na última jornada “foi uma boa decisão para o futebol português”, uma vez que apenas alguns clubes teriam essa oportunidade.

“Não para o Farense ou para qualquer outro clube especificamente, mas porque é uma decisão equitativa, em que não se está a dar nenhuma vantagem a A, B ou C, por isso concordo plenamente com a decisão e acho que no futuro será tudo bem preparado [para o regresso do público], atempadamente e corretamente”, diz, a Bola Branca.

O Farense seria um dos clubes sem oportunidade para receber os seus adeptos, uma vez que joga fora de portas, nos Açores, em casa do Santa Clara.

A última jornada do campeonato afinal não terá público nos estádios. A Liga de Clubes considera que não há condições de "equidade", uma vez que nem todos os clubes iriam ter a oportunidade de receber os seus adeptos.

"A Direção da Liga Portugal reuniu-se na manhã desta segunda-feira, num encontro de caráter extraordinário, tendo ficado decidido que a última jornada da Liga não terá público em testes-piloto, como chegou a ser uma possibilidade. Entre vários outros motivos, a Liga Portugal entendeu que não estavam reunidas todas as condições de equidade, quando na jornada 34 existem equipas que, desportivamente, têm o futuro ainda por decidir", pode ler-se.

Tal como a Renascença avançou, a Liga de Clubes chegou a tentar que as últimas duas jornadas pudessem ser disputadas com adeptos nas bancadas, para que todos os clubes pudessem ter um jogo na presença dos seus adeptos, mas tal não foi aceite pelo governo e Direção-Geral de Saúde.

Os clubes foram contactados para abrirem portas no último fim-de-semana. O objetivo era encontrar uma solução equitativa para que os 18 emblemas do campeonato tivessem direito a um jogo com adeptos. A Liga tentou junto da Direção-Geral da Saúde, depois de ter ouvido a contestação dos clubes não contemplados com um jogo em casa, mas o Governo não permitiu.

Uma temporada inteira sem adeptos

Os adeptos têm estado longe das bancadas desde março de 2020, quando foi suspensa toda a prática de desporto em Portugal, incluindo o futebol profissional, com a entrada em vigor do primeiro estado de emergência.

Na Região Autónoma dos Açores, chegou a haver eventos desportivos, nomeadamente jogos do Santa Clara, com público, contudo tal não se repetia no continente, nem na Madeira. Em outubro, houve três jogos-piloto e dois desafios da seleção portuguesa de futebol com presença de adeptos, como teste, e o FC Porto recebeu público num encontro da Liga dos Campeões. Porém, a segunda vaga da pandemia do novo coronavírus deitou quaisquer planos de retoma da assistência por terra.

A 27 de fevereiro e 13 de março, o Santa Clara recebeu Paços de Ferreira e Portimonense, respetivamente, com adeptos nas bancadas, em virtude das medidas impostas nos Açores. Foi a primeira e última vez que se viu tal coisa em 2021. Quando o número de casos de Covid-19 no arquipélago voltou a crescer, o Estádio São Miguel voltou a estar fechado ao público.

A decisão surge depois da festa do campeonato do Sporting, quando dezenas de milhares de pessoas celebraram sem distanciamento, e muitas sem máscara, a conquista do Sporting, apesar do atual estado de calamidade. Milhares estiveram reunidos no exterior de Alvalade, com o estádio vazio durante o jogo com o Boavista.

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