12 ago, 2021 - 16:15 • Rui Viegas
O presidente do Santa Clara acusa o Moreirense de "olhar apenas para o próprio umbigo". Os cónegos rejeitaram adiar a partida com os açorianos, do próximo domingo, para setembro, pretensão baseada no surto de Covid-19 que atingiu nove jogadores do plantel do emblema de Ponta Delgada.
Rui Cordeiro, o líder do Santa Clara, em declarações esta quinta-feira a Bola Branca, não cala a sua revolta e aponta o dedo ao conjunto minhoto.
"O Moreirense negou-se a adiar a segunnda jornada [domingo às 20h30] e quinta-feira seguinte temos o jogo com o Sochi ou o Partizan de Belgrado ['play-off' da Liga Conferência]. Cada um só olha para o seu umbigo. A resposta que tivemos foi ‘já passámos por isso e agora vocês que se amanhem’. Teríamos mais tempo para recuperar os atletas e esse jogo poderia realizar-se em setembro, na pausa das seleções. É de lamentar", começa por referir Rui Cordeiro.
Rui Cordeiro lamenta a falta de solidariedade e recorda que o clube açoriano jogou a reta final do campeonato 2019/20 em Oeiras, para poder terminar o campeonato.
"Nós fomos três meses jogar para a Cidade do Futebol, longe das nossas famílias e com quase meio milhão euros de despesas, só para o campeonato ser retomado. E o que o futebol português nos dá, através deste exemplo do Moreirense, faz-nos pensar onde está a solidariedade", atira.
O presidente do Santa Clara explica que a Liga Portugal também tentou resolver a situação, sem sucesso até ao momento.
"A Liga tentou, e está a tentar de todas as maneiras, atender à situação epidemiológica de haver 15 infetados: com o envolvimento de árbitros e de jogadores. E há uma questão de saúde pública que tem de ser salvaguardada. A grande intransigência é do Moreirense, que não atende ao facto de estarmos a defender Portugal na Europa, à saúde dos atletas e a haver uma pausa das seleções em setembro que daria perfeitamente para fazer o jogo", conclui.
O Santa Clara disputa, esta quinta-feira, a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência, em casa do Olimpia Ljubljana, na Eslovénia. Os açorianos têm nove jogadores infetados e trazem uma vantagem de 2-0 da primeira mão.