08 abr, 2022 - 11:36 • Redação com Lusa
O criador do Football Leaks, Rui Pinto, vai prestar declarações perante o coletivo de juízes que o está a julgar a 13 de maio, afirmou esta sexta-feira o seu advogado, na 46.ª sessão do julgamento, que decorre em Lisboa.
Francisco Teixeira da Mota disse à presidente do coletivo de juízes, Margarida Alves, que o arguido quer falar e está agora “a analisar a informação sobre as provas digitais que foi autorizado a consultar”. Rui Pinto "só recentemente começou a trabalhar" no assunto.
À saída do tribunal, o advogado referiu que Rui Pinto está “psicologicamente bem” e “iniciou o trabalho de análise da prova digital”. “Ele vai prestar as suas declarações, houve prova produzida num sentido que lhe é favorável, outra que lhe é desfavorável. Agora, ele vai apresentar os factos que viveu e que conhece", acrescentou.
O julgamento do processo Football Leaks foi retomado, esta sexta-feira, após uma paragem de quase 10 meses, com uma curta sessão. Deviam ter sido interrogadas as duas últimas testemunhas de defesa, que não foi possível contactar e que não serão ouvidas. A careação de dois inspetores da Polícia Judiciária (PJ) foi adiada para a próxima sessão, marcada para 22 de abril.
Football Leaks
Advogados do arguido considera que o acesso aos di(...)
O julgamento, que começou a 4 de setembro de 2020, prossegue a 22 de abril. Já foram agendadas quatro sessões para maio: nos dias 13, 16, 23 e 26.
Rui Pinto, de 33 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde o dia 7 de agosto, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico". No entanto, está também, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas, em local não revelado e sob proteção policial.