12 mai, 2022 - 13:30 • Luís Aresta
Aproxima-se o tudo ou nada para o Tondela, em busca da oitava época consecutiva na I Liga, antes da final da Taça de Portugal.
O “maior das Beiras”, como também gosta de ser tratado, recebe no sábado o Boavista e, entre os três aflitos do campeonato (os outros são Moreirense e Belenenses SAD), é o único a depender de si para alcançar o objetivo possível: garantir o 16.º lugar e, por consequência, ir a “play-off” com o terceiro melhor classificado da II Liga, para lutar pela presença no primeiro escalão na época 2022/23.
“É o jogo de uma vida”, diz à Renascença o antigo jogador Nuno Santos, que em 2015/16 passou por uma situação muito semelhante à atual. Nessa época, o Tondela só evitou a descida na derradeira jornada, com uma vitória (2-0) sobre a Académica.
Nuno Santos, já retirado das competições, faz notar aos jogadores do Tondela que “não vai haver próximo jogo". "Eles sabem que podem ir ao ‘play-off’, mas não podem estar a pensar nisso”, salienta.
O antigo ala dos beirões sublinha que, frente ao Boavista, os jogadores do Tondela “têm de dar tudo, para no final serem felizes”, e destaca que será um jogo em que “haverá sempre alguma ansiedade, algum nervosismo e em que os pormenores farão toda a diferença e é aí que não podem errar”.
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Este é o momento de todas as decisões para o Clube Desportivo de Tondela, que dentro de pouco mais de uma semana (22 de maio) estará no Estádio Nacional, no Jamor, para tentar uma surpresa gigantesca, na final da Taça de Portugal, em que terá pela frente o já campeão FC Porto.
“Creio que [os jogadores] pensam também nesse jogo, que será inédito e histórico para o Tondela”, declara Nuno Santos, para logo a seguir acentuar que “neste momento o principal objetivo é este próximo passo, ganhar e garantir o 'play-off', uma vez que não é possível assegurar já a manutenção”.
Será importante pelo objetivo em si, mas também para “dar tranquilidade ao clube e, depois sim, pensar no jogo da Taça de Portugal”.
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O Tondela é a única equipa da I Liga que, a par dos três grandes, nunca desceu de divisão. Ao emblema auriverde do clube não ficaria mal um gato, tal a quantidade de vidas que tem para gastar. Veremos se, esta época, confirmará a tendência recorrente para, no limite, dar uma cambalhota e evitar o precipício.
Recuando uns anos, é possível constatar que, em 2019, o Tondela foi 15.º classificado, tendo evitado a descida na última ronda, em casa, com o Chaves (goleou por 5-2 e despromoveu os flavienses).
Duas épocas antes (2016/2017), no último jogo, o Tondela estava obrigado a ganhar ao Braga – e ganhou por 2-0 –, atirando com o Arouca para a II Liga.
A primeira vez que o Tondela se salvou em cima da hora foi na época de estreia na I Liga. Quando todos viam o clube condenado à descida, eis que, para surpresa geral, o Tondela venceu no Dragão (1-0), a sete jornadas do fim do campeonato, e disparou para uma ponta final “de loucos”, em que só perderia um jogo (Braga). Evitou a descida na 34ª jornada, com um triunfo (2-0) sobre a já condenada Académica.
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“Lembro-me perfeitamente”, diz Nuno Santos nesta entrevista a Bola Branca. “Fomos pontuar ao Dragão quanto toda a gente nos dava como mortos”, sublinha.
Para o Tondela, o sufoco só terminaria no último jogo, com a Académica.
“Sabíamos que, se tínhamos chegado até ali não podíamos facilitar em nada; acabámos por ser felizes no objetivo do clube e de todos”, remata Nuno Santos.
Resta descobrir, no sábado, se o Tondela tem mais uma vida. Mas ainda que tenha, precisará de mais duas para se manter na I Liga, dado que o "play-off" é disputado a duas mãos.