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Equipa feminina do Famalicão tem novo treinador

20 out, 2022 - 16:30 • Inês Braga Sampaio

Marco Ramos sucede a Miguel Afonso, suspenso pela FPF depois de jogadoras que orientou no Rio Ave o terem acusado de assédio sexual. Marco Ramos chegou a ser alvo de inquérito disciplinar por comportamento discriminatório no Atlético Ouriense, no entanto, foi absolvido por falta de provas.

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A equipa feminina do Famalicão tem novo treinador. Trata-se de Marco Ramos, que deixa o Atlético Ouriense, sabe a Renascença.

O técnico português, de 35 anos, antigo jogador de futsal, sucede a Miguel Afonso, suspenso pelo Famalicão e pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) depois de terem sido conhecidas acusações de assédio sexual por parte de jogadoras que orientou no Rio Ave, na época 2020/21.

Marco Ramos foi treinador do Ouriense em três ocasiões diferentes. Em 2021/22, regressou ao clube e assegurou a permanência na I Liga, ainda que apenas na secretaria (por falta de licença do Futebol Benfica, que ia subir). Esta época, levava um empate e duas derrotas nas três primeiras jornadas - deixa o Ouriense na décima posição, em zona de "play-off" de manutenção, com um ponto.

O Famalicão encontra-se no sexto lugar, com quatro pontos, fruto de uma vitória, um empate e uma derrota em três jornadas.

O Conselho de Disciplina (CD) da FPF chegou a ter em mãos um processo contra Marco Ramos por, alegadamente, tratar jogadoras estrangeiras "de forma discriminatória". Porém, foi absolvido por falta de provas.

Victória Gerar acusou o treinador de cometer "atos racistas e xenófobos" para com colegas suas, com a alegada utilização de expressões como "macaco", "aquela preta" ou "essa raça", entre insultos e expletivos, e de ofender "a origem, a nacionalidade e a honra" da própria jogadora.

A atleta brasileira alegou ter abandonado a carreira de futebolista após rescindir com o Ouriense, onde dizia passar por "tratamento psicológico".

No entanto, conforme referido, o processo foi arquivado, em setembro deste ano, por falta de prova documental.

"A factualidade dada como não provada resulta, no essencial, da ausência de prova que, além de qualquer dúvida razoável, a confirme", lê-se no acórdão publicado no site oficial da FPF.

Foi decisivo, ainda, o testemunho de outra jogadora brasileira, também negra, então no Ouriense, Raíza Paraíba (agora no Pukás Akadémia, da Hungria), que negou "de forma perentória" as acusações.

No entanto, o CD ouviu duas outras jogadoras que corroboraram, "em parte", a versão de Gerar - Fernanda Peinado e Luíza Jesus.

"Contudo, para além de não ser possível, a partir de tais depoimentos, retirar quando, como, em que contexto e, em rigor, a quem tais acintes foram dirigidos (porquanto, apenas se retira que terão sido dirigidos a algumas jogadoras estrangeiras, nomeadamente de origem brasileira), a verdade é que a demais prova produzida nos autos, mormente em sede de instrução, contraria tal possibilidade", pode ainda ler-se.

O Conselho de Disciplina considerou, portanto, "totalmente improcedente" a acusação contra Marco Ramos e decidiu absolvê-lo.

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