"Revolução silenciosa" vai falar mais alto. FPF duplica investimento no futebol feminino

Veja também:

• Em direto. Os protagonistas do desporto português na 2.ª Conferência Bola Branca
• "Quanto tempo falta para que o nosso clube seja presidido por uma mulher?"
• Governo aperta com as SAD. "É preciso mais transparência e rigor"

Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), anunciou, esta segunda-feira, que o investimento no futebol feminino vai ser duplicado.

Em discurso na 2.ª Conferência Bola Branca, Fernando Gomes salienta que "temos assistido a uma revolução silenciosa no feminino" e que a FPF quer corresponder a esse crescimento com maior investimento.

"Anuncio que no orçamento da FPF ficou decidido que vamos duplicar o apoio ao futebol feminino. As seleções passam por um investimento de quatro milhões. Os clubes, em especial os da I Liga, terão apoio de dois milhões. É um aumento que ronda os 100% nos dois casos", enaltece.

O presidente da FPF também realça a prestação dos clubes portugueses nas competições europeias, o que quase garante o sexto lugar no "ranking" da UEFA. Certo é uma novidade para o final da próxima época: "Os dois primeiros classificados da I Liga vão ser apurados para a Liga dos Campeões."

Fernando Gomes considera que um dos "traços fortes" da última década foi o crescimento do futebol feminino, pelo que "seria impensável que o número de praticantes não crescesse de forma acentuada".

"Há uma década, eram apenas quatro mil atletas federadas, agora são mais de 15 mil. Temos um plano estratégico que nos levará, pelo menos, às 75 mil em 2030", salienta.

"É o tempo certo para clubes e marcas investirem"

A aposta no futebol feminino também passa pela promoção, em que Fernando Gomes garante evolução. A presença inédita de Portugal no Mundial "está a ter um impacto fantástico" nesse sentido e Fernando Gomes considera que "é o tempo certo para clubes e marcas investirem".

Os resultados da seleção e dos clubes, o aumento do investimento e o crescimento do número de praticantes "só foi possível porque muitos trabalharam em conjunto: Federação, clubes, associações, mas sobretudo treinadores, treinadores, jogadores e famílias", frisa o presidente da FPF.

"Não estamos nos primeiros da Europa em praticamente nenhum indicador. Até por isso, o trabalho feito no futebol merece respeito e ser analisado com atenção", remata Fernando Gomes, na sua intervenção na Conferência Bola Branca.