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Quaresma não teria voltado a Portugal com nova versão do programa “Regressar”

17 out, 2023 - 18:15 • Pedro Castro Alves

Revelação do ex-presidente do Vitória de Guimarães, responsável pela contratação do antigo internacional português, alerta para consequências do fim dos benefícios fiscais aos futebolistas.

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Miguel Pinto Lisboa, presidente do Vitória de Guimarães de 2019 a 2021 e responsável pelo regresso de Ricardo Quaresma a Portugal, revela a Bola Branca que a contratação do antigo internacional português só foi possível devido aos benefícios fiscais a futebolistas que o Governo vai limitar em 2024.

Os futuros beneficiários do programa “Regressar”, destinado a profissionais a trabalhar há cinco anos no estrangeiro, ficarão sujeitos a um teto máximo anual de 250 mil euros, quando até agora a tributação incidia sobre metade dos rendimentos auferidos em Portugal, independentemente do valor.

Miguel Pinto Lisboa admite que o programa “teve um impacto decisivo na contratação de Ricardo Quaresma” ao futebol turco e assinala a importância dos benefícios.

“O futebol português tem um enquadramento fiscal que o penaliza face aos principais mercados europeus. Temos uma taxa de IRS que é sempre a tabela máxima, de 48%, que impede que os clubes sejam competitivos e façam regressar este tipo de talentos, que são importantes para a valorização dos nossos clubes e nosso futebol”, diz.

O antigo presidente do Vitória SC lembra que o futebol é a “sexta maior industria a nível europeu” e tem “um impacto importante na arrecadação fiscal por parte do Estado”, pelo que “deve ser incentivado”.

“O regresso do talento tem um impacto positivo, até para a formação de outros ativos nos clubes, pelo exemplo que são e pela sua imagem, que engrandece o nosso futebol”, explica.

Adeus permanente aos jovens talentos


Em entrevista à Renascença, Miguel Pinto Lisboa avisa que as alterações ao programa irão levar a que vários internacionais portugueses no estrangeiro jamais regressem ao futebol português, mesmo os que sonham em terminar a carreira nos clubes de formação.

“Limitar o programa torna o futebol português cada vez menos competitivo, os clubes ficam sem capacidade para propor aos atletas um vínculo que seja remunerador para eles. Vai fazer com que atletas que pretendam terminar as suas carreiras nos palcos portugueses se afastem e terminem noutras geografias, mais apelativas em termos financeiros”, conclui.

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