18 out, 2023 - 14:11 • Redação com Lusa
O presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, mantém-se esperançoso em nova alteração ao programa "Regressar" que mitigue o corte nos benefícios fiscais previsto no Orçamento do Estado para 2024.
Os futuros beneficiários do programa, destinado a profissionais a trabalhar há cinco anos no estrangeiro, ficarão sujeitos a um teto máximo anual de 250 mil euros, quando até agora a tributação incidia sobre metade dos rendimentos auferidos em Portugal, independentemente do valor. Alteração que impediria, agora, atletas como Di María, Pepe, Bruma, Quaresma ou João Moutinho de voltar ao futebol português.
"O futebol usufruía dessa matéria, mas não era só o futebol. Outros setores de atividade e prestadores de serviços vão ser quartados portanto temos alguma esperança que ainda possa haver uma alteração", afirma Pedro Proença, esta quarta-feira, em conferência de imprensa após a Cimeira de Presidentes dos campeonatos profissionais de futebol.
O presidente da Liga realça, ainda, que apesar de ser "mais visível para os clubes grandes, que são os colhem mais desse quadro legal do programa 'Regressar'", os "clubes médios e pequenos "também têm muitos jogadores que vêm em final de carreira e aproveitam esse quadro legal".
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Armindo Monteiro, que participou na cimeira, junta-se à equipa, neste tema.
“Quando um jogador pretende regressar, faz contas não apenas àquilo ganha, mas àquilo que efetivamente vai receber. Com um quadro competitivo, há uma motivação extra para que o jogador possa regressar. Os clubes ganhariam com isso e nós ganharíamos, que gostamos de ver bons jogadores nos relvados nacionais”, assinala.
Um teto máximo poderá retirar “competitividade fiscal” aos clubes de futebol que procuram atrair algum jogador que seja ex-residente, assinala, defendendo que o teto salarial previsto seja aumentado.
“Sem essa vantagem fiscal, eu temo que alguns campeões que nós vemos jogar vão continuar a jogar lá fora, o que é uma pena”, lamenta.
O presidente da CIP vinca que Portugal precisa de atrair “pessoas altamente qualificadas", incluindo jogadores de futebol, e que o desporto pode contribuir para o crescimento da economia nacional.