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Nova lei da imigração fecha a porta a novos Di Maria, Falcão, Hulk ou Jardel. Agentes avisam que atletas “vão escolher outros mercados”

11 jul, 2024 - 13:25 • Pedro Castro Alves

Mudança na lei obriga jogadores a terem um visto de trabalho para serem inscritos, um processo que pode demorar mais do que dois meses. Associação Nacional de Agentes de Futebol classifica a medida como “sem lógica absolutamente nenhuma”.

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As estrelas do futuro do futebol podem ver fechar a porta de entrada na Europa através de Portugal. Grandes nomes que passaram no campeonato nacional como Di Maria, Enzo Fernández, Falcão, Hulk ou Jardel não poderiam assinar por clubes portugueses com as novas regras apresentadas em junho pelo Governo para regular a imigração.

Esta é uma situação que está a preocupar a Liga Portugal, os clubes e, também, o agentes dos jogadores, que antecipam prejuízos avultados para todos os intervenientes e um impedimento à chegada de novas estrelas ao campeonato português.

Para o advogado Emanuel Calçada, da Associação Nacional de Agentes de Futebol, o que vai acontecer é que “em termos práticos, em caso de pé de igualdade com outro mercado, qualquer jogador vai escolher outro mercado”.

“Nem o jogador, nem o próprio empresário, vão querer hipotecar a possibilidade de correr mal um caminho em vez de outro. Pôr em causa a carreira de um atleta, pôr em causa a vida do próprio gente e também do clube será sempre um risco. Portanto, em caso de dúvida, parece-nos evidente que o jogador vai escolher outro caminho, que será o caminho mais rápido, na medida em que é uma atividade de carreira curta, com um tempo curto”, diz, em entrevista a Bola Branca.

De acordo com o advogado, quem conhece o mercado sabe que esta lei “não tem lógica absolutamente nenhuma” no contexto do futebol, nem é “exequível”.

“O futebol é o momento, não é compatível com o facto de um trabalhador que não seja oriundo da Europa ter que esperar necessariamente 60 dias, no mínimo, para ver a sua situação de trabalho resolvida para poder jogar. Não é compatível. Trará, no mínimo, um muito transtorno para o futebol”, antecipa.

Para Emanuel Calçada, a solução passará por um regime de exceção.

“Parece-nos que não seria inconsequente se, no que ao futebol profissional diz respeito, houvesse um caminho diferente para atingir o mesmo objetivo”, conclui.

[Notícia atualizada às 22h10 de 14 de julho de 2024]

Comentários
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  • Paulo
    14 jul, 2024 Maia 13:40
    A lei tem de ser igual para todos!! ninguém está acima des leis.. qualquer jogador,médico jardineiro, empregado de mesa!! Etc.. estão dentro destes requisitos.
  • Paulo Silva
    14 jul, 2024 Leiria 11:05
    Falando de riqueza para o país, vejo aqui comentários de inteligentes da treta. Qual a actividade que dá mais dinheiro ao país além do futebol? Óbvio que tem de haver um regime de excepção!
  • Filipe Pires
    14 jul, 2024 Faro 11:00
    Vai fechar a porta a esses, mas vai abrir a porta ao novo Rui Costa, ao novo Figo e ao novo Fernando Gomes. Inglaterra teve a mesma política durante anos e a qualidade do campeonato não só não saiu prejudicada, como continuou a subir. Agora, que os agentes vão meter menos dinheiro ao bolso à conta de transferências manhosas para Portugal, isso é claro. E bom.
  • Pereira
    14 jul, 2024 Imigrante na França 08:50
    Estou plenamente de acordo com a decisão do governo, os clandestinos já chega Portugal está cheio dessa gente muito boa decisão
  • Sousa
    14 jul, 2024 S. João da Madeira 08:33
    Então um contrato assinado por um qualquer jogador e um qualquer clube não será um contrato de trabalho? Para quê mais burocracia, se já existe tanta!!! Sejamos coerentes em todos os processos
  • Marcelo Ferreira
    14 jul, 2024 Braga 07:30
    Engraçado ver os agentes querendo um regime de exceção para jogadores de futebol, enquanto outros profissionais que produzem riquezas para o país (camionistas, cozinheiros, profissionais da construção civil, etc), tem que esperar os 60 dias, no mínimo para vir trabalhar. A lei tem que ser igual para todos. Os agentes só estão pensando nas comissões milionárias deles. O que se tem que fazer, é cobrar o governo para que agilize TODOS os processos e regulamente o visto CPLP, principalmente.
  • Celso ribeiro
    14 jul, 2024 Londres 07:11
    Acho bem Ja devia Ter acontecido a muito tempo. Muitas SE aproveitam so para deposit de algum tempo exijirem passaporte Portuguese. E o cumolo

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