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Futebol nacional

"Como sou um desportista, é para ver tudo dos Jogos… menos futebol": Soares Dias anda por Paris (e não garante que vai continuar a apitar)

29 jul, 2024 - 13:00 • Rui Viegas, em Paris

O árbitro está de férias na capital francesa, onde assiste aos Jogos Olímpicos, e esteve à conversa com a Renascença. "Ainda não sei o que vou fazer na próxima temporada."

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Artur Soares Dias Jogos Olímpicos Paris Rui Viegas
Oiça a reportagem de Rui Viegas em Paris

A vibrante colina de Montmartre está, como sempre, apinhada de gente. São turistas, muitos turistas, que se misturam com os locais, comerciantes de rua e de porta aberta. Há gente por entre os carros. Muito ruído. Encontrar o nosso entrevistado no local previamente combinado não é fácil, mas lá se consegue com a ajuda de uma múltipla troca de mensagens e telefonemas.

Artur Soares Dias está numa esplanada avançada, rodeado pela família, e logo nos estende a mão e as apresentações. Férias são férias e fazemos questão de “reunir” numa mesa um pouco mais ao lado, libertando as pessoas que lhe são próximas deste momento.

A conversa é informal e começa por recordar que o mais conceituado árbitro português da atualidade esteve do “lado de dentro” do torneio olímpico em Tóquio e que agora chega a Paris como adepto.

“Sempre considerei esta como a maior prova mundial”, faz notar, antes de revelar que veio “viver a experiência dos Jogos por fora”. E, “como sou um desportista, é para ver tudo… menos futebol. Porque essa bagagem já está repleta”, sorri. Sorrimos.

Insisto: em período de descanso, numa das mais movimentadas capitais do mundo, o que o motiva a deslocar-se às olimpíadas? Artur Soares justifica com o “espírito” e que à cabeça estão ginástica, equitação e basquetebol. “Sou fã… E, depois, quero ver um pouco de tudo, se possível”, confessa, com um certo alívio por poder subir por estes dias à bancada, em vez de ocupar o centro dos holofotes, como foi o caso da competição de onde regressou recentemente, o Campeonato da Europa da Alemanha.

“Se cheguei a pensar em fazer mais um jogo no Europeu? Sim, sou ambicioso”, admite.

Sentados de frente para a charmosa vila em pleno coração de Paris, mudamos a agulha. E então, Artur, o Euro 2024? O internacional português considera que, tal como os atletas nacionais que estão aqui, também ele representou Portugal e elevou “bem alto a bandeira, num motivo de satisfação para todos nós, árbitros, julgo eu”.

Mas também reconhece que gostaria de ter ficado mais algum tempo em solo germânico, após dirigir três jogos, dois da fase de grupos e um dos oitavos de final.

“Sim, sou ambicioso, gosto de novas oportunidades e cheguei a pensar nisso. Esse desafio não surgiu e estou muito satisfeito na mesma”, atira, em simultâneo com um balanço positivo da temporada finda, que incluiu ainda uma final europeia, a da Liga Conferência.

O tempo está abafado por aqui. O resto das férias será passado já mais perto da água, mas sempre em regime de reflexão. É incontornável tentar perceber porquê, já que o tom anuncia algo “enigmático”.

“O futuro? Ainda não sei o que vou fazer na próxima temporada, por isso, para já, vou somente usufruir do descanso”, assegura o juiz que foi oitavo na última classificação nacional de árbitros, uma lista liderada por João Pinheiro.

“O melhor está para vir”, finaliza Artur Soares Dias.

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