24 fev, 2020 - 12:45 • Redação, Luís Aresta (entrevista)
Organização garante que adiamento ou cancelamento (...)
O Comité Olímpico de Portugal aguarda há três semanas por esclarecimentos da parte da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre as medidas cautelares a adotar face ao perigo de propagação do coronavírus.
A 150 dias do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, mostra, em declarações a Bola Branca, a sua preocupação quanto à ausência de resposta por parte da DGS e manifesta a necessidade de contar com a "colaboração" e o "conhecimento especializado" da organização para saber como proceder nesta situação.
"Procuramos, em primeiro lugar, munirmo-nos de informações credíveis relativamente a esta matéria. Contactámos há três semanas a Direção-Geral da Saúde para perceber o que se estava a passar e quais eram medidas cautelares que deveríamos adotar", refere Constantino, sem deixar de acrescentar que, se o plano a adotar ditar "uma alteração ao quadro previsto de participação nos Jogos", é imperativo que este seja articulado em conjunto com "as autoridades sanitárias portuguesas".
O Comité Olímpico Internacional, em articulação com a Organização Mundial de Saúde, publicou há três semanas uma nota onde dava conta da existência de um plano de monitorização da crise viral que tem afetado cada vez mais regiões. Segundo a mesma organização, a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio não está em risco, apesar de algumas competições de apuramento de atletas para os Jogos terem sido canceladas.
Esta afirmação não parece tranquilizar o presidente do Comité Olímpico de Portugal, para quem o simples facto de já se terem cancelado algumas provas é garantia de que há "consequências do ponto de vista da organização" do evento. José Manuel Constantino salienta a necessidade de serem "encontradas soluções alternativas", até porque os atletas "precisam de pontuar" e "precisam de saber se se apuram ou não para os Jogos".
"As informações provenientes do Comité Organizador indicam que estavam a adotar todos os procedimentos cautelares para que a situação não tivesse consequências do ponto de vista dos Jogos. Creio que a dimensão e a escala que o problema já atingiu tornam muito difícil a adoção de procedimentos que permitam dar a tranquilidade de que não vai haver quaisquer consequências a escassos 150 dias dos Jogos", sustenta.
Devido ao agravamento da situação, o presidente do Comité Olímpico de Portugal admite o cenário de alteração aos Jogos Olímpicos de Tóquio, até porque, no seu entender, é possível que não se saiba "tudo o que se está a passar".
"Estou preocupado, porque sinto que há um agravamento da situação. Se este agravamento da situação vai ser estancado, oxalá o seja para não pôr em causa a realização dos Jogos. Se não for, estou certo que, mais cedo ou mais tarde, o Comité Olímpico Internacional e o Comité Organizador vão ter de tomar uma decisão", termina.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio têm início previsto para o dia 24 de julho.