12 mar, 2021 - 21:38 • Lusa
Veja também:
A assembleia-geral (AG) do Comité Olímpico Internacional (COI) aprovou, por unanimidade, esta sexta-feira, a Agenda 2020+5, um plano de ação em 15 pontos para o período pós-pandemia de covid-19.
No encerramento da 137.ª Sessão do COI, que decorreu por via telemática, o plano foi aprovado, depois de seis horas de debate ponto a ponto, com destaque para a harmonização de um calendário desportivo “sobressaturado”, a atração dos esports (desportos eletrónicos) para o “desporto de sempre” e a continuação da política sustentável e de custos reduzidos dos próximos Jogos Olímpicos.
O presidente do organismo, Thomas Bach, que nesta AG foi reeleito até 2025, disse ainda ter cinco “tendências” no movimiento olímpico até "passar a pasta": solidariedade, digitalização, desenvolvimento sustentável, credibilidade e resiliência económica, chaves para fazer frente ao período pós-pandémico.
“A nossa oportunidade é de alcance universal, que têm o desporto e os Jogos Olímpicos, para criar Pontes, aprofundar o entendimento entre pessoas e culturas, e ir mais além das câmaras de ressonância de conflitos”, discursou.
Mais tarde, na conferência de imprensa de encerramento, viria a escusar-se a comentar as várias críticas que o COI tem recebido quanto à realização dos Jogos de inverno Pequim 2022 na China, com questões de direitos humanos, relacionadas com o Tibete e a minoria étnica uighur, em questão.
“Discutimos [o tema] hoje, no nosso âmbito. Muitas dessas questões estão no contrato da cidade organizadora. (...) A Carta Olímpica tem como um dos seus princípios chave a neutralidade política do COI”, defendeu.
O Comité Olímpico Internacional anunciou a aquisiç(...)
Por outro lado, e questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de um boicote ao evento na capital chinesa, lembrou que este modelo “nunca funcionou”.
“Repito, e aconselho, a que se aprenda com a História. (...) O boicote aos Jogos de Moscovo em 1980 foram por causa da entrada do exército soviético no Afeganistão, tentando que saísse. Isso aconteceu nove anos depois”, atirou.
Bach remeteu para o Governo japonês e o Comité Organizador de Tóquio 2020, adiado para este verão, uma decisão sobre a presença de público estrangeiro no evento, dizendo que o COI vai “respeitar” qualquer escolha, e para os comités olímpicos nacionais a responsabilidade de se entenderem com Governos quanto à vacinação de atletas.
Questionado sobre a inclusão de desportos eletrónicos no programa olímpico em Paris 2024, como a utilização de sistemas tecnológicos que simulam as condições de rio para o remo, Bach recusou que tenha sido discutido para esses Jogos, mas “mais para Los Angeles 2028”, e sempre numa lógica de “complemento” e não substituição.