08 jul, 2021 - 10:35 • Redação com Lusa
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O primeiro-ministro japonês anunciou, esta quinta-feira, um novo estado de emergência na região de Tóquio, que vigorará até 22 de agosto e coincidirá com a celebração dos Jogos Olímpicos.
"Estamos a declarar o estado de emergência em Tóquio", disse Yoshihide Suga, durante uma reunião com o comité de combate ao novo coronavírus do Governo japonês. A medida ficará em vigor até 22 de agosto.
O estado de emergência cobrirá o período de realização dos Jogos Olímpicos, que decorrerão em Tóquio entre 23 de julho e 8 de agosto.
O estado de emergência entrará em vigor na segunda-feira e tem como objetivo impedir o aumento de casos de Covid-19 na capital, referiu Suga. Na prática, a medida não significa uma grande mudança na situação atual, além de um aumento das restrições para o comércio.
O Japão também decidiu prolongar o estado de emergência na região de Okinawa (sudoeste), onde já estava ativo, e manter certas restrições nas autarquias de Chiba, Saitama e Kanagawa, nos arredores de Tóquio e onde também serão realizadas competições dos Jogos Olímpicos.
Na autarquia de Osaka (oeste) as medidas também serão mantidas, enquanto em outras cinco províncias (Hokkaido, Kyoto, Aichi, Hyogo e Fukuoka) serão suspensas a partir de segunda-feira.
A nova declaração de estado de emergência, a quarta para Tóquio, pode afetar a presença do público nas instalações desportivas olímpicas da capital e arredores.
As autoridades agora estariam a considerar reduzir o público para 5.000 pessoas ou até zero, ou ainda realizar à porta fechada provas que começariam depois das 21h00, incluindo as cerimónias de abertura e encerramento, de acordo com os meios de comunicação locais.
Representantes do comité organizador japonês, dos comités olímpicos e paraolímpicos internacionais, das autoridades de Tóquio e do Governo central japonês devem reunir-se esta semana para discutir o assunto e tomar uma decisão.
Devido à pandemia da Covid-19, várias cerimónias r(...)
Em março, os organizadores tinham proibido a presença de espetadores oriundos do estrangeiro nos Jogos, o que é um facto inédito na história olímpica.
Mais tarde, em junho, as autoridades japonesas anunciaram que iriam autorizar a presença de espetadores locais, mas com 50% da capacidade dos locais das provas e com o limite máximo de 10.000 pessoas.
Mais recentemente, o Governo alertou para a hipótese de fechar as portas à presença de espetadores nas provas, mas apenas como uma das opções que estavam a ser estudadas, perante o agravamento da situação pandémica.
Cerca de 11.000 atletas são esperados para os Jogos Olímpicos, obrigando as autoridades japonesas a tomar medidas drásticas a todos os participantes das provas.
O Japão foi relativamente poupado da pandemia de Covid-19, em comparação com muitos outros países, com cerca de 14.800 mortes registadas desde o início da pandemia. Porém, os especialistas têm-se mostrado particularmente preocupados com o efeito dos Jogos Olímpicos num eventual aumento de propagação do novo coronavírus.
Tóquio registou, esta quinta-feira, 896 novos casos, após contabilizar 920 na quarta-feira, valor que não registava desde maio, quando o anterior estado de emergência ainda vigorava nas áreas mais populosas do território.