23 jul, 2021 - 16:01 • Lusa
Montanha não falta no regresso da Volta a Portugal ao seu figurino habitual, com a 82.ª edição a visitar a Torre na terceira etapa e a incluir uma sucessão Larouco-Senhora da Graça antes do contrarrelógio final.
A apresentação foi apenas virtual, mas o percurso da 82.ª edição, que entre 4 e 15 de agosto vai ligar Lisboa a Viseu no total de 1568,2 quilómetros, foi confirmado, com a prova a regressar ao seu mês e formato tradicionais, de um prólogo e 10 etapas, e a voltar-se para o interior de Portugal e para as suas montanhas.
Após uma edição diferente, encurtada e deslocada no calendário devido à pandemia de Covid-19, a 82.ª Volta a Portugal retoma o desenho montanhoso das suas antecessoras, com um traçado que pode muito bem ser o mais difícil dos últimos anos, pela sucessão de metas em alto que prevê: a Torre, desafio maior do pelotão, aparece logo à terceira etapa, na véspera da sempre complicada chegada à Guarda, e o duo Larouco-Senhora da Graça antecede o crono final.
Neste “mergulho” pelo interior do país - o prólogo de Lisboa, a primeira e quinta etapas são as exceções à regra -, a Senhora da Assunção também faz a sua aparição (5.ª etapa), testando os efeitos do dia de descanso nos ciclistas, que enfrentarão 33 contagens de montanha entre Lisboa e Viseu, incluindo uma de categoria especial (Torre) e quatro de primeira.
Haverá pouco tempo para respirar nos 1568,2 quilómetros da 82.ª edição, que começa a grande velocidade, em 4 de agosto, com o curto e explosivo prólogo de apenas 5,4 quilómetros, com partida e chegada à Praça do Império, perto do Centro Cultural de Belém, responsável por atribuir a primeira amarela.
A primeira etapa será também de homenagem a Joaquim Agostinho, com Torres Vedras, cidade daquele que é considerado o melhor ciclista português de sempre, a ser o ponto de partida de 175,8 quilómetros até Setúbal, onde a meta está instalada depois da passagem pela contagem de segunda categoria no Alto da Arrábida, sempre propícia a ataques-surpresa das maiores figuras do pelotão, este ano composto por 19 equipas, entre as quais a Movistar, a primeira formação WorldTour a participar na prova desde 2011.
Para a segunda tirada está reservada a única estreia desta edição, a da cidade alentejana de Ponte de Sor, que acolhe o início de 162,1 quilómetros até ao empedrado da Avenida Nuno Álvares, no centro de Castelo Branco, onde os “sprinters” terão uma das raras oportunidades para brilhar até Viseu.
No sábado, 7 de agosto, é dia de “etapa rainha” da Volta a Portugal, com o ponto mais alto de Portugal continental a coroar uma jornada de 170,3 quilómetros a partir da Sertã, que inclui quatro contagens de montanha, a última das quais, a única de categoria especial, a coincidir com a meta instalada na Torre.
Antes do dia de descanso, o pelotão ainda terá pela frente, na quarta tirada, 181,6 quilómetros entre Belmonte e a Guarda, onde dois prémios de montanha de terceira categoria aguardam os corredores dentro do perímetro urbano da cidade mais alta de Portugal, à qual chegarão já depois de terem ultrapassado uma segunda categoria menos de 30 quilómetros antes do final.
Cumprida a única pausa desta edição, é altura de regressar à estrada para a quinta etapa, com a partida para os 171,3 quilómetros até Santo Tirso, mais concretamente o alto do Santuário da Nossa Senhora da Assunção, a ser dada em Águeda para homenagear os que em 1978 conseguiram, pela primeira vez, roubar protagonismo a Lisboa e Porto ao receber o final da Volta a Portugal desse ano - até aí, a prova sempre terminara ora numa, ora noutra cidade.
O sétimo dia de competição será inteiramente minhoto, com uma ligação de 182,4 quilómetros entre Viana do Castelo e Fafe, onde os homens rápidos terão uma palavra a dizer, na antessala da etapa mais longa desta edição, a sétima, que vai começar em Felgueiras e percorrer 193,2 quilómetros até Bragança.
Será também da cidade brigantina que começa a oitava tirada, uma jornada de 160,7 quilómetros que vai terminar em Montalegre, mais concretamente na Serra do Larouco, após a sempre difícil (e amiúde invernal) subida de 10 quilómetros até ao segundo ponto mais alto de Portugal Continental, a uma altitude de 1.503 metros.
Sem tempo para recuperar, os candidatos enfrentam, no sábado, 14 de agosto, o penúltimo desafio na última etapa montanhosa: desde Boticas ao alto da Senhora da Graça (Mondim de Basto), os corredores percorrem 145,5 quilómetros e têm pela frente dois prémios de montanha de primeira categoria, o último na tão carismática chegada ao topo do Monte Farinha.
Será Viseu, no entanto (e pela sétima vez), a definir a classificação geral final, no tradicional contrarrelógio repleto de rotundas naquela cidade: são 20,3 quilómetros de uma luta individual contra o cronómetro, com fim na Avenida da Europa, para encontrar o vencedor da 82.ª Volta a Portugal.
Etapas:
4 ago: Prólogo, Lisboa -- Lisboa, 5,4 km (CRI).
5 ago: 1.ª Etapa, Torres Vedras -- Setúbal, 175,8 km.
6 ago: 2.ª Etapa, Ponte de Sor -- Castelo Branco, 162,1 km.
7 ago: 3.ª Etapa, Sertã -- Covilhã (Torre), 170,3 km.
8 ago: 4.ª Etapa, Belmonte -- Guarda, 181,6 km.
9 ago: Dia de Descanso.
10 ago: 5.ª Etapa, Águeda -- Santo Tirso (Senhora da Assunção), 170,9 km.
11 ago: 6.ª Etapa, Viana do Castelo -- Fafe, 182,4 km.
12 ago: 7.ª Etapa, Felgueiras -- Bragança, 193,2 km.
13 ago: 8.ª Etapa, Bragança -- Montalegre (Serra de Larouco), 160,7 km.
14 ago: 9.ª Etapa, Boticas -- Mondim de Basto (Senhora da Graça), 145,5 km.
15 ago: 10.ª Etapa, Viseu -- Viseu, 20,3 (CRI).
Total: 1568,2 quilómetros.