03 ago, 2021 - 13:15 • Luís Aresta
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Fernando Pimenta vai entrar para a história do desporto português como o primeiro a vencer três medalhas em Jogos Olímpicos. É a convicção do presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), Vitor Félix, quando faltam três anos para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Com a medalha de bronze conquistada em Tóquio 2020, na categoria de K1 1.000 metros, Fernando Pimenta, que em Londres 2012 conquistara a prata ao lado de Emanuel Silva, junta-se a um restrito lote de atletas portugueses com duas medalhas olímpicas: Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Luís Mena e Silva. Em entrevista à Renascença, o presidente da FPC declara não ter dúvidas de que Fernando Pimenta vai chegar às três medalhas.
“Tenho a certeza. O Fernando Pimenta é um atleta muito ambicioso, como pudemos ver na reação dele ao conquistar o bronze. Num primeiro momento, ficou extremamente frustrado por ter perdido a medalha de ouro, que era o grande objetivo. O Fernando Pimenta é campeão da Europa, é campeão do mundo, tem 105 medalhas internacionais e mais ninguém do que ele queria ganhar a medalha de ouro, que é a cereja que lhe falta no topo da sua carreira desportiva, já longa, mas muito rica”, diz Vitor Félix.
Na mesma entrevista, o presidente da FPC sublinha que “é um prazer ter o Fernando a conquistar duas medalhas em Jogos Olímpicos e juntar-se a um lote muito restrito de atletas portugueses e grandes heróis do desporto português".
"A Federação Portuguesa de Canoagem está muito orgulhosa e satisfeita com este resultado do Fernando Pimenta”, destaca.
Com alguma ironia, após o bronze conquistado em Tóquio, Fernando Pimenta atirou que já está a pensar nos Jogos Olímpicos que a Austrália vai acolher daqui a 11 anos, na cidade de Brisbane.
Nessa altura, Pimenta terá 42 anos. O presidente da FPC, que não conhece "nenhum atleta português que tenha tantas medalhas internacionais", acha pouco provável que o canoísta leve tão longe o desafio da sua carreira. Contudo, não tem dúvidas de que o "papa-medalhas" de Ponte de Lima continuará a trabalhar diariamente para ir em busca de mais conquistas:
"Se fosse de outra modalidade, como o atletismo ou o futebol, o Fernando tinha um lugar mais destacado na história do desporto nacional. Agora, sim, com esta medalha está num lote muito restrito de atletas. Conhecendo como conheço o Fernando, ele vai lutar já por Paris. É claro que Los Angeles é já aí em 2028. Se calhar, Brisbane 2032 parece-me um pouco exagerado, mas o Fernando é um atleta muito ambicioso e que quer a cada dia melhorar a sua prestação desportiva."
A canoagem portuguesa ainda vai marcar presença em mais duas provas de Tóquio 2020, através da equipa de K4 500m masculino e das canoístas Teresa Portela e Joana Vasconcelos, que vão competir individualmente na mesma distância, em K1.
Teresa Portela, que falhou a presença na final de K1 200m, escuta, nesta entrevista a Bola Branca, elogios de Vitor Félix.
“Na meia-final calhou com as quatro canoístas mais fortes destes jogos olímpicos e, na final B, ganhou com um tempo que lhe daria o sétimo lugar na final A. A Teresa sai com um sabor amargo de que poderia ter feito melhor, saindo com um diploma destes Jogos Olímpicos", assinala.
Já quanto à prova de K4 500m masculino, o presidente da FPC considera que Portugal “poderá entrar na discussão pelas medalhas".
"Sabemos que os barcos alemão e espanhol estão noutro nível e que o ouro poderá sair dessas duas embarcações. Já o bronze está aberto para decidir entre Portugal, Eslováquia, Rússia e Bielorrússia. É também um orgulho fazer parte deste lote de candidatos, mas primeiro há que garantir a presença nas finais, para, então, podermos discutir as medalhas", vinca.