11 ago, 2021 - 07:35 • Miguel Coelho , Sofia Freitas Moreira
No rescaldo dos Jogos Olímpicos de Tóquio, está lançado o debate sobre o país que teve mais sucesso. Os Estados Unidos tiveram mais medalhas, mas há quem proponha uma tabela alternativa, com base na dimensão da população de cada país.
Foi o que fez a agência Bloomberg e as conclusões podem surpreender.
Os Estados Unidos, que arrecadaram 113 medalhas, incluindo 39 de ouro, ficam apenas na posição 59, com 0,34 medalhas por milhão de habitantes, atrás de Portugal, que aparece no lugar 51.
E, seguindo esta lógica, o país, afinal, mais medalhado foi San Marino, um dos mais pequenos estados do mundo com pouco mais de 33 mil habitantes, com uma prata e dois bronzes.
"É claro, pelos padrões, que o que importa é a população, o nível de rendimento e o sistema político", diz à BBC David Forrest, um economista da Universidade de Liverpool que investiga previsões olímpicas.
A população é importante, diz Forrest, porque quanto maior for o número de atletas, maior é a probabilidade de um país produzir verdadeiros concorrentes.
"Se um país for muito pobre, não terá os recursos para converter esse potencial em capacidade real de competir a nível mundial", explica o economista.
"Eles têm de ter a capacidade de participar no desporto, em primeiro lugar. Por exemplo, podem ter uma grande capacidade natural na natação que está à espera de ser desenvolvida - mas na verdade não haverá nenhuma piscina".
Quando os países mais pobres ganham, tendem a ganhar em desportos de menor custo, como a luta livre, enquanto os países ricos superam em desportos dispendiosos como a equitação e a vela.
Tendo em conta a riqueza nacional média por pessoa, a China e a Rússia (números dois e três no total de medalhas) tiveram, de facto, melhores resultados do que os EUA. Sob estes rankings alternativos, a China aparece em primeiro lugar, e a Rússia em segundo, com o Quénia em terceiro lugar.