19 out, 2021 - 09:45 • Eduardo Soares da Silva
A NBA regressa esta madrugada para a 76.ª temporada da sua história e, pela primeira vez, com um português em competição.
Neemias Queta, nascido em Lisboa, formou-se no Barreirense e no Benfica e mudou-se para os Estados Unidos da América em 2018 para a universidade de Utah. Depois de três temporadas, foi escolhido na 39ª posição do "draft" para os Sacramento Kings.
Apesar de ter sido incluído nas escolhas, os Kings assinaram um contrato "de duas vias" com o poste português, o que significa que poderá ser usado na NBA ou na G-League, a liga de desenvolvimento.
"Acredito que vou representar Portugal da melhor maneira possível mas com isso vem também uma grande responsabilidade. Estou muito entusiasmado por ser aquele que lançou as âncoras e vou continuar a trabalhar", disse o novo número 88 dos Kings, depois de ter sido escolhido.
Neemias foi utilizado na pré-época dos Kings e jogou alguns minutos contra os Portland Trail Blazers e registou dois pontos e um ressalto. Do atual elenco de 20 jogadores, o técnico dos Kings vai ter que cortar cinco antes de iniciar a época regular da NBA, que tem início a 19 de outubro.
Paulo Silvestre, coordenador do Barreirense na altura que Neemias Queta deu os primeiros passos no basquetebol, diz que ninguém conseguia prever que o português chegasse à NBA.
"Não é justo dizer que alguém, naquela altura e durante a formação, poderia imaginar que ele ia chegar ao ponto em que está”, confessa o antigo dirigente, em entrevista à Renascença. “Sabíamos é que era um miúdo fantástico”.
Muito “acarinhado por toda a gente” no clube, Neemias completou a formação no Barreirense, mas manteve os laços criados, incluindo com Paulo Silvestre, com quem ainda mantém ligação: “Ele acreditou. Sempre sonhou, mas foi o que acreditou mais nele próprio. O sucesso dele vem daí, de acreditar no sonho” e de ter “a ponta de sorte que é preciso”.
O primeiro basquetebolista português selecionado n(...)
Apesar da onda de entusiasmo em torno da possibilidade de Neemias Queta se estrear na NBA, os Sacramento Kings não incluem o lote de candidatos à conquista do título.
Os Milwaukee Bucks foram campeões da NBA, liderados por Giannis Antetokounmpo, e voltam a figurar no topo da lista de favoritos. Os Bucks venceram os Phoenix Suns na final, por 4-2.
Brooklyn Nets, com Kevin Durant e James Harden, prometem lutar mais uma vez pelo título, com a grande incógnita de Kyrie Irving, que recusou ser vacinado contra a Covid-19 e está suspenso pela organização.
LeBron James, de 36 anos, certamente quererá conquistar mais um anel de campeão e recuperar o título perdido da última época. Esta época, com a campanhia de Russell Westbrook, que se junta a Anthony Davis, Carmelo Anthony, Dwight Howrd e Rajon Rondo, os Lakers vão procurar mais uma vez lutar pelo título.
Os Golden State Warriors, campeões da NBA em 2015, 2017 e 2018, podem voltar a surpreender, com o regresso de Klay Thompson e Stephen Curry na máxima força. Phoenix Suns, finalistas vencidos da última temporada, LA Clippers, Denver Nuggets e Miami Heat são outros possíveis candidatos à luta pelo título.
Os Estados Unidos da América têm cerca de 56% da população completamente vacinada contra a Covid-19. O processo de vacinação na NBA não foi pacífico e fez manchetes na imprensa especializada.
Kyrie Irving, campeão da NBA em 2016, sete vezes "All-Star" e uma das figuras do campeonato, é o rosto dos negacionistas nos jogadores da NBA. O base recusa ser vacinado e está suspenso pelos Brooklyn Nets.
"Cada um tem o direito de fazer o que lhe parece melhor. Ninguém deveria ser obrigado a fazer o que quer que seja com o seu corpo. Não pensem que vou terminar a carreira. Não pensem que vou abandonar este desporto por quererem obrigar a vacinar-me", disse o jogador numa transmissão em direto nas redes sociais.
Bradley Beal, dos Wizards, também questionou a eficácia da vacina e garantiu que não é vacinado. Andrew Wiggins, dos Golden State Warriors, não queria ser vacinado por motivos religiosos, mas a ameaça de não poder jogar levou o atleta a receber a vacina.
Jonathan Isaac, dos Orlando Magic, Michael Porter Jr., dos Denver Nuggets, são outros jogadores que não foram vacinados.
A NBA não obriga os jogadores a serem vacinados e apostou numa campanha para sensibilizar os atletas a receberem a vacina. Ainda assim, tem protocolos diferentes e mais restritos para quem ainda não recebeu a sua dose de vacinação.
Em algumas cidades, há medidas mais apertadas para quem não é vacinado e que afetam os jogadores de equipas como New York Knicks, Brooklyn Nets, Los Angeles Lakers, Los Angeles Clippers e Golden State Warriors.
LeBron James respeita quem não quer ser vacinado e admitiu que precisou de se informar antes de ser vacinado: "Acho que todos podem ter a sua escolha e fazer o que acham que é melhor para as suas família. Eu era cético e depois de fazer a minha pesquisa, decidi que era o melhor para mim e para a minha família".
De acordo com a imprensa especializada, cerca de 95% dos atletas estão agora vacinados contra o novo coronavírus.
O campeonato arranca a 19 de outubro, com cada uma das 30 equipas a disputar 82 jogos na época regular. A época começa com dois jogos entre candidatos: os Milwaukee Bucks recebem os Brooklyn Nets, enquanto que os Golden State Warriors visitam o terreno dos Los Angeles Lakers.