17 jan, 2022 - 10:00 • Redação com Lusa
O governo francês comunicou, esta segunda-feira, que o tenista sérvio Novak Djokovic, que foi expulso da Austrália, não poderá participar no torneio Roland Garros, na sequência da aprovação do projeto de lei que imporá certificado de vacinação.
Há 12 dias, o governo francês tinha indicado que Djokovic poderia participar no torneio de Roland Garros mesmo sem estar vacinado.
A retificação foi feita, agora, pela ministra do Desporto francesa, Roxana Maracineanu, horas depois de o Parlamento aprovar definitivamente o projeto de lei que vai impor um certificado de vacinação para muitas atividades da vida social, que inclui assistir a eventos desportivos.
No Twitter, Maracineanu confirmou que o passaporte sanitário foi adotado, pelo que "desde que a lei seja promulgada, será obrigatória a entrada em espaços já sujeitos ao certificado (estádios, teatros ou salas) a todos os espetadores, praticantes, profissionais, franceses ou estrangeiros".
Foi Maracineanu que, a 7 de janeiro, no meio da disputa política e judicial na Austrália pela presença de Djokovic no Open apesar da sua recusa em ser vacinado, tinha indicado que o sérvio poderia participar no Roland Garros, programado entre o final de maio e início de junho.
Na altura, argumentou que França aplicaria uma exceção à obrigação do certificado de vacinação aos atletas em competições internacionais, para que os novos regulamentos franceses não se aplicassem a eles e pudessem competir mesmo sem estar vacinados.
O projeto de lei do certificado de vacinação deve entrar em vigor no final desta semana (ainda está pendente de recurso no Conselho Constitucional).
O certificado de vacinação vai ser imposto para tomar uma bebida num bar ou restaurante, para ir o cinema, um espetáculo ou um estádio, mas também na utilização de transportes públicos de longa distância (autocarros, comboios, aviões ou barcos).
"Vocês não humilharam Djokovic, humilharam-se a vo(...)
Novak Djokovic, expulso da Austrália após uma batalha legal sobre a vacinação, desembarcou esta segunda-feira no Dubai, dirigindo-se depois para a Sérvia.
O número um do ténis mundial chegou a Melbourne a 5 de janeiro, com uma isenção médica que lhe permitiria jogar no Open da Austrália sem estar vacinado contra a Covid-19, mas o visto foi inicialmente cancelado pelas autoridades alfandegárias.
O sérvio, vencedor por nove vezes do Major australiano (2008, 2011, 2012, 2013, 2015, 2016, 2019, 2020 e 2021), ficou detido até uma decisão judicial na segunda-feira ordenar a sua libertação, mas o Governo australiano voltou a cancelar o visto.
Djokovic, que pretendia atingir o recorde de 21 títulos em torneios de Grand Slam, caso ganhasse o Open da Austrália, admitiu também durante esta semana ter prestado falsas declarações à entrada da Austrália.
Três juízes do Tribunal Federal confirmaram no fim de semana uma decisão tomada na sexta-feira pelo ministro da Imigração de cancelar o visto do sérvio, que não está vacinado contra a Covid-19, por motivos de interesse público.