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Europeu de Futsal

Jorge Braz: "É legítimo aspirar tocar o céu de novo"

17 jan, 2022 - 09:08 • Redação com Lusa

O selecionador nacional de futsal analisa as aspirações de Portugal, os rivais do grupo A e a convocatória para o Europeu.

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O selecionador português de futsal considera ser legítimo "tocar o céu" novamente no campeonato da Europa de 2022, procurando repetir os feitos do Europeu 2018 e do Mundial 2021 e honrar o ditado popular segundo o qual "não há duas sem três".

“Sabemos as ambições que temos, sabemos que é perfeitamente legítimo aspirar a tocar o céu novamente, mas também sabemos a dificuldade que é vencer o Europeu. Estamos focados no trabalho que temos de fazer para voltar a sentir o que sentimos ainda muito recentemente. Vamos ver se conseguimos que não haja duas sem três”, diz o selecionador Jorge Braz, em entrevista à agência Lusa, nas vésperas do arranque da prova.

A histórica conquista do Mundial, na final de 3 de outubro de 2021, na Lituânia, frente à Argentina (2-1), ainda está bem presente na memória de todos os portugueses. Contudo, Jorge Braz lembra a necessidade de encarar o Euro 2022 já sem “’confettis’ na cabeça”.

“Ainda está tudo muito fresco desde o Mundial. Existe a vantagem de, nos últimos seis meses, estivemos quase três juntos. A única desvantagem, mas que todos temos muita consciência, é tentar tirar os ‘confettis’ da cabeça. Isso é que é importante e estamos altamente focados nesta competição”, sublinha o transmontano, nascido no Canadá.

Os adversários de Portugal à lupa


A equipa das quinas integra o Grupo A da prova, ao lado dos anfitriões Países Baixos, da Ucrânia e da Sérvia. Jorge Braz considera ser o agrupamento “onde há mais incerteza de quem vai passar”, embora Portugal seja amplamente favorito. Realça, contudo, que a obrigação de passar o grupo “não é tão clara como era no Mundial”.

“A Sérvia conhecemos muito bem, tem jogadores com enorme qualidade individual e muita experiência, com mais alguns jogadores irreverentes. É uma seleção que sabe e quer competir, olham sempre com possibilidade de vencer sempre. Vão acreditar até ao fim, até pela capacidade combativa dos países daquela zona”, analisa.

Em relação aos Países Baixos, aponta a “irreverência da rua” e a “motivação de jogar em casa” como os dois ingredientes que farão com que a partida com os neerlandeses possa ser “difícil”, apesar de reconhecer que estão “um patamar abaixo” de Portugal.

“A Ucrânia é ‘top’ europeu. A seguir aos candidatos, é a primeira que vem no ‘ranking’, seguida da Sérvia. É o indicador mais claro da dificuldade que será o Europeu”, nota.

Uma das chaves do discurso de Jorge Braz, nos últimos anos, tem-se prendido com a ambição de querer ver a seleção a “ser Portugal” em todos os encontros que disputa, num conceito vencedor que procurou explicar com o trabalho desenvolvido há anos, a “competir e acreditar no jogador português”, para o país ser “uma potência mundial”.

“Portugal vai ter a ambição conquistadora do tamanho do mundo que caracterizou sempre o nosso país. Nós é que dizemos sempre que não, que são os outros. Estamos ali pequeninos, mas sempre nos habituámos a conquistar o mundo. Desta vez, é a ver se conseguimos conquistar a Europa”, expressa o técnico com mais jogos disputados.

Covid-19 e lesões obrigaram a mexer


Entre a “dor de cabeça” que foi construir a lista inicial de 14 convocados, Jorge Braz foi forçado a promover duas alterações, com as saídas do guarda-redes Edu, infetado com Covid-19, e do pivô Cardinal, lesionado, para as entradas de Bebé e de Miguel Ângelo.

“A família é enorme. Só com 14 jogadores, alguém teria de ficar de fora e essa decisão cabe à equipa técnica. Achamos que estes seriam os mais adequados para o tipo de competição que vamos enfrentar. Não tenho dúvidas nenhumas de que, se quatro ou cinco apanharem Covid-19, não me atrapalha nada. Há uma série deles que me dão exatamente a mesma confiança e vamos com a mesma ambição e objetivo”, garante.

O Euro 2022 de futsal disputa-se entre quarta-feira e 6 de fevereiro, nas cidades neerlandesas de Amesterdão e Groningen, sendo que os dois primeiros classificados se qualificam para a fase a eliminar, a disputar em exclusivo na capital dos Países Baixos.

Os campeões europeus e mundiais estreiam-se logo no primeiro dia do torneio, frente à Sérvia, às 16h30, seguindo-se duelos com os Países Baixos, à mesma hora, no domingo, e com a Ucrânia, às 19h30 de dia 28, na última jornada do Grupo A.

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