18 mar, 2022 - 20:59 • Lusa
A portuguesa Auriol Dongmo assumiu, esta sexta-feira, que não sabe onde foi buscar a força para lançar o peso a 20,43 metros e conquistar a medalha de ouro nos Mundiais de atletismo em pista coberta, em Belgrado.
"Estava um pouco presa. Depois de duas vezes 19,32, eu estava a pensar: se não sair daqui alguém vai passar. Quando a [holandesa] Jessica Schilder passou, queria lançar longa, mas fiquei um pouco presa. Quando a americana [Chase Ealey] passou, eu não sei onde fui buscar força, mas pensei para mim que tinha de ser agora", disse.
Auriol Dongmo sagrou-se campeã do mundo, com um novo recorde nacional absoluto de 20,43 metros, que é igualmente melhor marca mundial do ano, à frente de Chase Ealey (20,21) e de Jessica Schilder (19,46).
Devota de Nossa Senhora de Fátima e muito crente, Auriol Dongmo olhou para o céu antes de lançar a "bomba" que lhe deu o ouro.
"Depois do 20 [metros] da Chase Ealey, ficar a olhar para cima, a pedir ajuda a Deus, porque precisava mesmo de ajuda aqui, senão não conseguia fazer uma coisa grande", assumiu.
Atletismo
A atleta portuguesa, de 31 anos, conquistou a meda(...)
Nos Nacionais de pista coberta, Auriol Dongmo tinha advertido que era preciso ultrapassar os 20 metros para conseguir vencer e assim o fez, numa competição "muito alta", segundo a própria.
"É uma alegria imensa e uma medalha que eu queria mesmo. Pedi a Deus que me desse esta medalha", referiu Dongmo, que admitiu que vai trabalhar agora para os Europeus e Mundiais ao ar livre, "porque nada cai do céu".
De perto, Jéssica Inchude, 12.ª na final, viu a sua companheira de seleção vencer o título, que a deixou "muito feliz".
"Vi a americana a lançar 20 metros e pensei, a Auriol agora vai ter de responder. E ela respondeu, superou-se mesmo", referiu.