22 jul, 2022 - 12:54 • Redação
Joaquim Gomes, diretor da Volta a Portugal, acredita que a saída da W52-FC Porto da prova seria uma má notícia para o ciclismo português e pede uma reforma na Autoridade Antidopagem de Portugal para evitar "escândalos" semelhantes.
"A W52-FC Porto é um histórico da Volta e, em circunstância alguma, o abandono de forma conflituosa seria bom para o cliclismo. A equipa não está suspensa, os responsáveis da equipa estão a fazer tudo o que está ao seu alcance para que sejam encontradas soluções para que se possa manter na Volta sem os suspensos", disse.
De resto, já Adriano Quintanilha, patrão da equipa, tinha confirmado à Renascença que esse seria o cenário mais provável.
Joaquim Gomes acredita que nem todos os ciclistas suspensos serão alvos de sanções e diz que a W52-FC Porto terá "de encontrar soluções em tempo recorde para inscrever atletas".
"O Porto quer estar na Volta, independentemente das condições e do nível dos atletas que vão conseguir angariar, porque é óbvio que os melhores não estão disponíveis", diz.
Ciclismo
Em declarações à Renascença, Adriano Quintanilha, (...)
Joaquim Gomes lamenta que "a malha que obriga o cumprimento de regras esteja a alargar". O diretor fala de falta de condições da AdoP que permite casos como este.
"A entidade que pretende regular a atividade antidopagem tem feito um trabalho enorme, que reconheço, mas tem falta de meios. Não tem sequer um laboratório. Todas as análises feitas na Volta têm de ser analisadas em Madrid ou Barcelona. Não agiliza o processo", diz.
O diretor acredita que casos de doping devem ser enquadrados como corrupção. "É preciso um debate sério sobre este tema. O processo é mais complexo. Tem de ter um enquadramento de corrupção".
Joaquim Gomes considera que a saída da W52-FC Porto não "colocaria em causa a organização da prova".
"No entanto, não posso tapar o sol com a peneira. É uma equipa com um passado brutal na Volta e venceu as últimas edições. O que aconteceu é um escândalo. A culpa não é só da equipa e dos corredores, é mais abrangente. Vai ter de haver um enorme ajuste de meios no combate à dopagem", termina.
A 83.ª edição da Volta a Portugal foi apresentada esta sexta-feira. A prova vai para a estrada entre os dias 4 e 15 de agosto, arranca com um prólogo em Lisboa, conta uma passagem por Espanha, em Badajoz, e termina com um contrarrelógio entre Porto e Vila Nova de Gaia.