28 jul, 2022 - 21:20 • Redação
O diretor-executivo da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) diz ter sido alvo de ameaças após a suspensão à W52-FC Porto e até recebeu um cartucho no correio como forma de intimidação.
António Júlio Nunes, numa publicação entretanto apagada na rede social "LinkedIn", afirmou que "infelizmente, as ameaças à minha integridade física estão a acumular-se, e infelizmente foi necessário colocar a minha família em casa sob vigilância policial".
O dirigente da AdoP diz que fará "sempre o trabalho com o mesmo rigor, transparência e honestidade tal como venho a fazer nos últimos 10 anos da minha vida".
Mais tarde, António Júlio Nunes mostrou ainda um cartucho que recebeu no correio: "Alguém colocou uma bala na minha caixa de correio".
António Júlio Nunes pede uma reflexão do ciclismo nacional: "O ciclismo em Portugal está a passar por tempos conturbados, mas talvez agora seja o melhor momento para quem realmente ama este desporto para encontrar soluções para proteger esse mesmo desporto que tem um lugar seguro no coração de todos os portugueses".
Oito ciclistas e dois elementos do "staff" foram suspensos por doping. No final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação.
Esta quinta-feira, o FC Porto anunciou, em comunicado, que suspendeu o contrato em vigor com a sua equipa de ciclismo.
A estrutura W52, ligada ao FC Porto há seis épocas, venceu as últimas nove edições da Volta a Portugal, mas os triunfos do seu corredor espanhol Raúl Alarcón, em 2017 e 2018, foram-lhe retirados também por "uso de métodos e/ou substâncias proibidas".
[Atualizado às 11h21 - fotografia do cartucho]