03 ago, 2022 - 15:51 • Lusa
O ciclista Francisco Campos desmentiu esta quarta-feira ter assumido perante o diretor desportivo da Efapel uma violação do regulamento interno da equipa, garantindo estar "limpo de qualquer substância ilícita" e de "consciência tranquila".
"O diretor desportivo da Efapel, José Azevedo, mencionou que não cumpri o regulamento interno da equipa e que confessei não o ter cumprido. Fui, de facto, um dos elementos alvo de rusga por parte da Polícia Judiciária e fui constituído arguido, no entanto, desminto que tenha confessado que comuniquei ao diretor Azevedo que não cumpri o regulamento interno. Nenhum elemento das rusgas encontrou qualquer tipo de substância ilícita em minha casa, porque não as utilizo, nem nunca utilizei", esclareceu o corredor de 24 anos, em comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo Francisco Campos, nas buscas realizadas na terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ), "o único achado foi material médico selado pertencente à família da casa" onde reside.
"Estou de consciência tranquila em relação a qualquer acusação feita, uma vez que fui controlado regularmente pela ADoP [Autoridade Antidopagem de Portugal] e WADA [Agência Mundial Antidopagem], sem nunca ter qualquer alteração nas análises feitas", indicou.
Vidal Fitas
Vidal Fitas, antigo ciclista e diretor-desportivo (...)
Para além disso, de acordo com Campos, a própria equipa controlava os ciclistas "quinzenalmente" e o diretor desportivo da Efapel sabia que "estava e sempre" esteve "limpo de qualquer substância ilícita".
"Lamento a atitude vinda do líder da equipa da Efapel, que não se inteirou dos factos, utilizou uma linguagem duvidosa e insinua suspeitas de algo que não corresponde à realidade. José Azevedo não me quis ouvir e trouxe o meu nome para a comunicação social, causando-me danos pessoais e profissionais", acusou.
O corredor disse ainda estar "tranquilo em relação a esta situação" e acreditar que "a justiça será feita".
A PJ realizou na terça-feira buscas "em locais ligados a equipas de ciclismo" no âmbito da operação "Prova Limpa", confirmou à Lusa fonte ligada à investigação, esclarecendo que o objetivo "principal foi a recolha de prova, nomeadamente documentação".
A mesma fonte detalhou que a PJ "realizou buscas em vários pontos do país, em simultâneo, em locais ligados a equipas de ciclismo, no âmbito da operação "Prova Limpa"", tendo estas "como objetivo principal a recolha de prova, nomeadamente de documentação e não a detenção de qualquer suspeito".
As buscas aconteceram a dois dias do arranque da 83.ª Volta a Portugal em bicicleta, que estará na estrada entre quinta-feira e 15 de agosto.