03 ago, 2022 - 12:45 • Eduardo Soares da Silva
Vidal Fitas, diretor-desportivo da Atum General-Tavira-AP Maria Nova Hotel, acredita que não há motivo para cancelar a Volta a Portugal, depois das buscas e detenções em mais equipas de ciclismo nacionais.
"Acho que não faz sentido cancelar a Volta, até porque ainda não sabemos ao certo o que se passou. Sabemos só o que saiu na comunicação social e cancelar um evento desta envergadura pelas notícias que saíram seria demasiado grave. Deve apurar-se a verdade, castigar quem deve ser castigado, há uma série de incógnitas. W-52 FC Porto é diferente já foi falado", diz, a Bola Branca.
A Efapel e a Radio Popular-Paredes-Boavista afastaram os ciclistas envolvidos nas buscas. A Efapel rescindiu mesmo o contrato com Francisco Campos, enquanto que Daniel Freitas está afastado pelo Boavista, mas sem decisão final.
Fonte ligada à investigação confirmou, entretanto, à Lusa a realização da operação, esclarecendo que o objetivo "principal foi a recolha de prova, nomeadamente documentação".
A mesma fonte detalhou que a PJ "realizou buscas em vários pontos do país, em simultâneo, em locais ligados a equipas de ciclismo, no âmbito da operação 'Prova Limpa'", tendo estas "como objetivo principal a recolha de prova, nomeadamente de documentação e não a detenção de qualquer suspeito".
O dirigente e antigo ciclista encara, no entanto, como uma má notícia para a modalidade as buscas realizadas.
"A notícia de haver buscas é má, nunca pode ser boa. Mas as informações que temos são as que saíram na comunicação social, enquanto não houver comunicado das entidades, podemos cair no erro de crucificar quem não tem culpa, ou absolver quem tem, se é que há. É uma má notícia, isso é certo", atira.
Informação do JN. Faltam dois dias para a Volta a (...)
A equipa de Vidal Fitas conta com Alejandro Marque, espanhol que foi terceiro classificado da prova na temporada passada. O objetivo da Atum General-Tavira-AP Maria Nova Hotel é o pódio.
O dirigente revela as dificuldades que a equipa teve de preparação para a prova devido a motivos de saúde.
"Foi um ano muito complicado em termos de saúde. Tivemos muitos períodos com vários casos de Covid-19 e a recuperar, e outros vírus que nem sabemos de onde vinham. Não conseguimos um bloco a 100% por motivos de saúde. Julho já foi normal e conseguimos correr sem restrições. Todos com saúde intacta e a equipa já demonstrou o que vale realmente. Pela qualidade da equipa, pensamos que o pódio será um objetivo realista. É com esse espírito que entramos na Volta", termina.
A 83.ª edição da Volta a Portugal vai para a estrada entre os dias 4 e 15 de agosto, arranca com um prólogo em Lisboa, conta uma passagem por Espanha, em Badajoz, e termina com um contrarrelógio entre Porto e Vila Nova de Gaia.